O Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, reiterou a importância estratégica da fábrica de produção de silício manganês que está a ser construída no Polo Industrial do Lucala, Cuanza Norte. O projeto, que visa transformar Angola em produtor de produtos intermediários e finais, não se limita à extração de matérias-primas. O ministro afirmou que o grande desafio do executivo é sair da posição de fornecedor de matéria-prima bruta e avançar para a produção de produtos que agreguem mais valor à indústria.
A produção de silício manganês, segundo Diamantino Azevedo, é fundamental para a melhoria da qualidade do aço, um dos componentes essenciais na indústria de construção e automotiva. “Se não utilizarmos esses produtos no processo de produção do aço, este não será suficientemente maleável, nem terá a dureza necessária”, explicou o ministro, destacando a importância do silício manganês para a tenacidade e resistência do aço.
O foco da construção da fábrica vai ao encontro de uma estratégia de diversificação económica, com especial ênfase na redução da dependência do petróleo. Diamantino Azevedo alertou para o crescente movimento mundial em direção à abolição do uso de combustíveis fósseis, o que torna ainda mais urgente a busca por alternativas energéticas e fontes de receita para o país.
Apesar das tendências globais, o ministro acredita que Angola ainda não está preparada para abandonar os derivados de petróleo nos próximos anos. “Temos que olhar para outras fontes de energia, mas não podemos negar a importância do petróleo na nossa economia atual”, afirmou Azevedo, convidando empresários nacionais e estrangeiros a investir no setor.
Durante o workshop realizado entre o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás e os operadores do setor na província, vários temas foram discutidos, incluindo o estado atual da indústria mineira e a comercialização dos derivados de petróleo no Cuanza Norte. Um dos principais tópicos foi a exploração ilegal de recursos minerais, com alguns municípios a enfrentarem dificuldades na aplicação da legislação e fiscalização por parte das empresas.
O workshop também abordou questões relacionadas à harmonização de dados estatísticos, à situação dos postos de abastecimento de combustíveis, e ao processo de outorga de direitos mineiros na província, com o objetivo de fomentar um ambiente de negócios mais transparente e sustentável.