O Presidente da República, João Lourenço, foi vaiado por um grupo de jovens enquanto se dirigia para o seu carro após assistir ao jogo entre a seleção nacional e a congénere do Gana. Num vídeo amplamente partilhado nas redes sociais, os jovens manifestaram o seu descontentamento gritando “temos fome, temos fome”, numa clara demonstração de frustração com a atual situação socioeconômica do país.
A economia angolana enfrenta desafios persistentes, incluindo uma elevada taxa de desemprego, estimada em cerca de 30%, além de problemas estruturais no sistema de saúde, educação e habitação. A insatisfação popular tem-se agravado pelo que muitos consideram políticas públicas ineficazes e denúncias de corrupção sistêmica.
João Lourenço, autodenominado “Mao Zedong de Angola”, encontra-se no seu último mandato presidencial, mas enfrenta uma crescente contestação social e interna no MPLA, o seu partido. Parte das críticas direcionam-se à sua alegada luta contra a corrupção, vista por alguns setores como seletiva e politicamente orientada.
Adicionalmente, surgem acusações de que o Presidente estaria a planear alterações aos estatutos do MPLA e à Constituição para prolongar o seu poder além de 2027, quando termina o segundo e último mandato permitido pela legislação vigente. Estas alegações têm gerado debate e dividido opiniões dentro e fora do partido.
