Huíla – A Associação Agropecuária Comercial e Industrial de Angola (AAPCIL) solicitou um perdão fiscal para evitar o fechamento de 90% das empresas da Huíla que estão endividadas perante a Administração Geral Tributária (AGT), ameaçadas de falência devido à elevada carga tributária. O presidente da associação, Paulo Gaspar, em um encontro promovido pelo governo provincial, afirmou que os juros elevados aplicados pela AGT estão a agravar a situação económica das empresas locais.
Gaspar destacou que muitas das dívidas têm origem em anos como 2012, 2013, 2014 e 2015, quando a economia estava em condições diferentes, e que atualmente a maioria dos empresários da Huíla, Namibe e Cunene está em falência técnica. Segundo ele, 99% dos empresários dessas províncias não têm capacidade financeira para liquidar essas dívidas e multas.
O presidente da AAPCIL ainda alertou que o fechamento dessas empresas pode prejudicar diversas iniciativas voltadas para o desenvolvimento económico da região, reforçando a necessidade urgente de um perdão fiscal para garantir a continuidade das atividades empresariais.
Em resposta, Milton Costa, delegado da quinta região tributária da AGT, assegurou que a administração tributária tem ciência da situação difícil enfrentada pelos empresários da Huíla e Namibe. Costa informou que, embora existam diversas irregularidades fiscais, a AGT tem optado por promover negociações em massa antes de recorrer a medidas extremas, como penhoras. Muitos empresários da região têm aderido a essas negociações para evitar a falência.
Por sua vez, o governador da Huíla, Nuno Mahapi, reconheceu a importância do setor empresarial para o crescimento da província e defendeu a busca de soluções equilibradas para a regularização das dívidas fiscais, sem comprometer a saúde da economia local. Mahapi destacou que a Huíla, possuidora de um dos parques empresariais mais antigos do país, enfrenta desafios contínuos, sendo a regularização fiscal uma das principais preocupações.
O governador apelou a um diálogo constante entre a AGT e os empresários, com o objetivo de encontrar soluções que viabilizem o pagamento das dívidas sem prejudicar o desenvolvimento económico da região.
Angop