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Companhias internacionais sem resistência a mudar para novo aeroporto de Luanda

Os principais atores envolvidos no novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto (AIAAN), em Luanda, garantem ter tudo preparado para o voo inaugural de passageiros, a 10 novembro, e não haver resistência das companhias internacionais para mudarem de instalações.

Companhias internacionais sem resistência a mudar para novo aeroporto de Luanda

Numa conferência de imprensa esta quinta-feira no AAIAN, onde participaram as entidades aeroportuárias e de transportes e a TAAG, a primeira a estrear-se com voos de passageiros, foi assegurado que as questões de mobilidade e serviços estão a ser acauteladas para que, até 31 de março do próximo ano, os voos internacionais se possam transferir para o novo aeroporto.

Para já, a partir de domingo, começam a ser realizados voos domésticos da TAAG no AIAAN, a 40 quilómetros de distância de Luanda, iniciando-se com as ligações para Cabinda com quatro frequências diárias.

António Pombal (ATO), o diretor geral do ATO, operador temporário do aeroporto, rejeitou que haja resistência das companhias internacionais para se mudarem para o novo aeroporto, explicando que se trata de uma transferência gradual.

“O que existe é um processo de transferência das operações que estamos a fazer e isto requer que se identifiquem os riscos a mitigar, os impactos a ter em consideração, condições de certificação e qualidade de serviço que vamos prestar ao passageiro”, explicou.

Entre as condições a assegurar destacou o abastecimento, a mobilidade, o atendimento, o alojamento, “uma serie de elementos que são preponderantes para as decisões das companhias” cujos centros de decisão estão noutros países.

O gestor falou também na mudança de códigos e outros processos que tem de ser acautelados, lembrando que um decreto do Ministério dos Transportes determina que todas as companhias estejam a operar no AAIAN até 31 de março, acrescentando que todas as transportadoras aéreas participaram nos simulacros.

Também o presidente executivo da companhia de bandeira angolana TAAG negou que haja resistência de outros operadores ao AIAAN.

“O negócio da aviação são fases, o que é bom para a TAAG é bom para os outros, as normas são as mesmas, as normas são internacionais, o que a TAAG tem de cumprir, os outros também têm de cumprir, vamos olear a máquina para que todos encontrem este aeroporto nas melhores condições, disse Nelson Oliveira.

Quanto aos serviços existentes, António Pombal disse que estão a ser instalados progressivamente, havendo mais propostas atualmente do que o espaço disponível.

“Estamos a ver quem reúne as condições para ativar no aeroporto, já que não temos muitos espaços”, afirmou, indicando que no arranque dos voos domésticos estará aberto um espaço de restauração, estando em construção um hotel na área com capacidade para 350 quartos.

“Este é um dos motivos para a transferência gradual, vamos ter de acelerar alguns processos”, admitiu.

Todos os prestadores de serviços que operarem no aeroporto vão ter uma classificação, definindo-se a qualidade de serviço têm de prestar e “se não atingirem esses níveis vão ser adotadas medidas corretivas”, disse.

Segundo António Pombal, o ATO ainda não tem data para abandonar o novo aeroporto.

“O tempo que vai durar não sei dizer”, adiantou, dizendo que a entidade foi criada para transferir toda a atividade do atual Aeroporto 4 de fevereiro para o AIAAN e era necessário criar um operador que assegurasse este processo, tendo sido lançado um concurso para a concessão do novo aeroporto que, segundo Pombal, estará numa fase decisiva.

Quanto à mobilidade, as ligações por transportes públicos vão ser reforçadas, sendo o aeroporto acessível por via rodoviária e ferroviária.

O Caminho de Ferro de Luanda (CFL) vai operar com 12 frequências diárias e tem capacidade de transporte de 700 passageiros, tendo sido já iniciada a emissão de passes ‘corporate’ para utilizadores frequentes.

O presidente do CFL, Manuel Kandakanda, adiantou que os tarifários (5.000 kwanzas na viagem Expresso) foram definidos com base nos preços pagos noutros países da região como África do Sul.

Por outro lado, destacou que o ramal, como outros, “constitui fonte de negócio para a empresa”, embora os transportes ferroviários não sejam lucrativos.

“Nós operamos um modelo de complementaridade com outros modos de transporte, não se repõe o investimento com transporte de passageiros”, sublinhou, realçando que “sem subvenção, é preciso fazer “uma ginastica incomensurável” para cumprir as exigências do comboio para o aeroporto.

No caso dos autocarros, vão circular 35 da Empresa de Transportes Coletivos Urbanos de Luanda (TCUL)com capacidade para 61 passageiros, ligando o AAIAN, localizado na província do Icolo e Bengo, a dez destinos onde se encontram os principais aglomerados populacionais da província de Luanda.

Lusa

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