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Biden denuncia ataques “antissemitas” e “desprezíveis” em Amesterdão

O Presidente norte-americano, Joe Biden, qualificou hoje os “ataques antissemitas a adeptos de futebol israelitas” em Amesterdão como “desprezíveis” e evocativos “de momentos negros da história em que os judeus foram perseguidos”.

Biden denuncia ataques "antissemitas" e "desprezíveis" em Amesterdão

“Temos de lutar sem tréguas contra o antissemitismo, onde quer que surja”, afirmou o atual Presidente norte-americano na rede social X (antigo Twitter).

Biden referiu ainda ter entrado em contacto com “responsáveis em Israel e nos Países Baixos”, cuja reação saudou.

A noite de quinta-feira foi marcada por vários incidentes violentos entre um grupo de manifestantes pró-palestinianos e os adeptos do Maccabi Telavive na cidade neerlandesa.

As autoridades israelitas afirmaram que os adeptos israelitas foram vítimas de uma perseguição.

Segundo as autoridades neerlandesas, cerca de 60 pessoas foram detidas durante a madrugada de incidentes, que provocaram pelo menos dez feridos, tendo cinco adeptos israelitas sido hospitalizados. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, apelou hoje às autoridades neerlandesas para que “punam severamente os responsáveis” pelos ataques contra adeptos israelitas na quinta-feira à noite em Amesterdão.

À chegada ao aeroporto de Schiphol, em Amesterdão, Saar disse esperar “que sejam severamente punidos os responsáveis” pelos ataques aos adeptos do Maccabi Telavive, clube israelita que jogou quinta-feira à noite contra o Ajax, na cidade neerlandesa.

O ministro da Justiça neerlandês, David van Weel, que se encontrou com Saar no aeródromo, prometeu que as autoridades neerlandesas vão “procurar e punir os responsáveis” pelo que aconteceu.

“Não se esperava que estes ataques recorressem a uma tática de atropelamento e fuga, em que pequenos grupos atacavam adeptos israelitas, o que complicou o trabalho da polícia, mas haverá uma investigação para determinar o que se poderia ter sido feito melhor”, sublinhou van Weel.

O líder da direita radical neerlandesa, Geert Wilders, também se deslocou ao aeroporto para se encontrar com o ministro israelita e com o presidente do parlamento israelita, Amir Ohana.

Os Países Baixos são governados por uma coligação de quatro partidos, na qual o PVV de Wilders tem a maioria e rejeita, embora fora do acordo governamental, uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano, e promove a abertura de uma embaixada neerlandesa em Jerusalém, em vez de Telavive.

O grupo islamita palestiniano Hamas afirmou que os incidentes entre os grupos são um exemplo das “repercussões espontâneas” do “genocídio em curso” de Israel na Faixa de Gaza.

O porta-voz e alto funcionário do Hamas, Sami abu Zuhri, sublinhou que os acontecimentos no final de um jogo da Liga Europa entre o clube israelita e o Ajax confirmam esta tendência, uma vez que o “genocídio” do povo de Gaza continua “sem a intervenção da comunidade internacional”.

“A continuação do holocausto e do genocídio em Gaza, que se desenrola perante o mundo inteiro e é transmitido em direto sem que ninguém intervenha para o travar e levar os responsáveis perante a justiça, conduzirá a mais repercussões espontâneas deste tipo”, afirmou numa mensagem divulgada pelo jornal Filastin, ligado ao Hamas.

A Autoridade Palestiniana condenou as “ações bárbaras” cometidas pelos adeptos do clube de futebol israelita, incluindo “cânticos antiárabes e ataques ao simbolismo da bandeira palestiniana”.

Lusa

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