O candidato presidencial Ossufo Momade, apoiado pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido da oposição) apelou hoje a que seja “respeitada a decisão dos moçambicanos” nas eleições gerais e que a polícia cumpra a lei.
“Queremos umas eleições livres, justas e transparentes. Queremos que seja respeitada a decisão dos moçambicanos”, disse Ossufo Momade, em declarações aos jornalistas logo após votar na Escola Secundária Josina Machel, no centro de Maputo, cerca das 07:30 locais (06:30 de Lisboa).
“Queremos deixar o apelo para a Polícia da República de Moçambique para que cumpra com a lei, estar a 300 metros [das assembleias de voto]”, disse, acrescentando: “E não gostaríamos de ver alguns dirigentes de alguns partidos a levar listas para assembleias de voto, porque cada eleitor conhece o caminho, conhece a sua assembleia de voto”.
O também líder da Renamo apelou ao voto durante o dia de hoje.
“Queremos aproveitar este momento para exortar o povo moçambicano, os eleitores que foram inscritos e que têm cartão de eleitor para que possam exercer o seu direito de voto”, disse.
As eleições gerais de hoje incluem as sétimas presidenciais – às quais já não concorre o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos – em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.
Questionado pelos jornalistas, Ossufo Momade escusou-se a fazer uma avaliação sobre o arranque da votação.
“Ainda é prematuro para eu fazer uma avaliação. Estamos às 07:30, vamos esperar para que possamos avaliar, lá para as 20:00, 21:00, para amanhã. Neste momento, não posso fazer nenhuma avaliação”, disse.
As mesas de votação nas eleições gerais moçambicanas começaram a abrir às 07:00 (06:00 em Luanda) de hoje, com ligeiros atrasos em alguns pontos, e vão funcionar até às 18:00.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) recenseou 17.163.686 eleitores para esta votação, incluindo 333.839 que vão votar em sete países africanos e dois europeus.
Além de Ossufo Momade, concorrem à Presidência da República Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM, terceira força parlamentar), Daniel Chapo, pela Frente Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder) e Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido extraparlamentar Podemos.
A publicação dos resultados da eleição presidencial pela CNE, caso não haja segunda volta, demora até 15 dias, antes de seguirem para validação do Conselho Constitucional, que não tem prazos para proclamar os resultados oficiais após analisar eventuais recursos.
A votação inclui legislativas (250 deputados) e para assembleias provinciais e respetivos governadores de província, neste caso com 794 mandatos a distribuir. A CNE aprovou listas de 35 partidos políticos candidatas à Assembleia da República e 14 partidos políticos e grupos de cidadãos eleitores às assembleias provinciais.
As eleições contam com mais de 184.500 membros de mesas de voto, distribuídos pelos 154 distritos do país (180.075) e fora do país (4.436).
Em Moçambique vão funcionar 8.737 locais de voto e no estrangeiro 334, correspondendo a 25.725 mesas de assembleia de voto no país e 602 assembleias no exterior.
Lusa