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Uganda proíbe prática do “Disco Matanga” em funerais após casos de violência sexual

O governo de Uganda proibiu a realização do “disco matanga” em funerais, citando a ligação entre esta prática e casos de violência sexual e prostituição forçada. A decisão foi anunciada pela ministra ugandesa de Assuntos Gerais, Justine Kasule Lumumba, nesta segunda-feira, 7 de outubro de 2024.

Uganda proíbe prática do "Disco Matanga" em funerais após casos de violência sexual

O “disco matanga”, que significa “discoteca funerária” em suaíli, é uma prática que ocorre durante as noites de luto, onde homens, frequentemente sob efeito de álcool ou drogas, pagam para que jovens mulheres dancem de forma sedutora. O dinheiro arrecadado é utilizado para cobrir os custos do funeral.

No entanto, segundo organizações de defesa dos direitos humanos, essas celebrações têm facilitado atos de prostituição forçada e abusos sexuais. A ministra Lumumba afirmou à AFP que o governo tomou medidas enérgicas para acabar com o “disco matanga”, descrevendo-o como uma “dança diabólica”. A polícia e outras forças de segurança foram instruídas a interromper qualquer evento desse tipo e a processar os organizadores.

Lumumba também sublinhou que, durante essas festas, “jovens são forçadas a apresentar-se em palcos, com roupas provocantes, para atrair homens e arrecadar dinheiro para os custos funerários”. Em alguns casos, essas mulheres são sexualmente abusadas durante as celebrações.

Casos trágicos relacionados ao “disco matanga” já foram reportados no país. No leste de Uganda, Suleiman Walugembe Juuko, um responsável local, relatou à imprensa duas mortes recentes ligadas à prática: uma jovem que foi estuprada em grupo e um menino que foi morto ao sair de uma dessas festas.

A prática do “disco matanga” tem origem no Quénia, onde também foi proibida em 2018 devido a preocupações semelhantes.

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