O representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Angola, Victor Ledo, elogiou, esta quinta-feira (12), os avanços do país na transparência das contas públicas, destacando a aprovação da lei de sustentabilidade das finanças públicas em 2020. No entanto, o responsável alertou para a necessidade de aprofundar as reformas, nomeadamente no que diz respeito ao quadro fiscal de médio prazo e ao reforço da capacidade dos Tribunais de Contas.
As declarações foram feitas durante a 15.ª edição da Semana do Brasil em Angola, num painel dedicado ao crescimento económico sustentável. Ledo traçou um paralelo entre a situação económica de Angola e a do Brasil, sublinhando os desafios comuns, como a alta inflação, e as soluções encontradas por ambos os países.
O representante do FMI destacou a importância de políticas sociais que promovam a inclusão financeira e o acesso a serviços básicos como educação e saúde. Embora reconhecendo os avanços do programa Kwenda, Ledo defendeu a necessidade de aumentar os investimentos nessas áreas.
A autonomia do Banco Nacional de Angola (BNA) foi apontada como um passo fundamental no combate à inflação, mas Ledo alertou para a necessidade de uma atuação gradual e coordenada das autoridades monetárias.
Em suma, o FMI reconhece os esforços de Angola na consolidação fiscal e na promoção da transparência, mas alerta para a necessidade de continuar a implementar reformas estruturais para garantir um crescimento económico sustentável e inclusivo.