O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) condenou hoje os bombardeamentos russos “sem piedade” dos últimos dias contra alvos civis na Ucrânia, insistindo no apoio à autodefesa ucraniana, quando os ucranianos atacam também com ‘drones’.
“Nos últimos dias, a Rússia tem bombardeado sem piedade alvos civis na Ucrânia: um centro desportivo e um centro comercial em Kharkiv, um orfanato em Sumy, uma central elétrica em Kiev. As plataformas militares destes ataques não devem ficar fora dos limites”, escreveu o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell.
“A Ucrânia tem direito à autodefesa, em conformidade com a Carta das Nações Unidas”, adiantou.
A Rússia lançou esta madrugada um ataque com ‘drones’, mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos contra Kiev, informou a força aérea ucraniana.
De acordo com a força aérea da Ucrânia, a Rússia disparou várias séries de mísseis de cruzeiro visando Kiev, acompanhados de lançamentos de mísseis balísticos e de alguns ‘drones’, levando a população a procurar refúgio em abrigos antiaéreos.
O presidente da Câmara de Kiev, Vitalii Klitschko, disse que os serviços de emergência foram chamados aos distritos de Holosiivskyi e Solomianskyi. Segundo Klitschko, uma pessoa terá ficado ferida devido à queda de escombros no distrito de Shevchenkivskyi.
Serhii Popko, chefe da administração militar da cidade de Kiev, disse que mais de 10 mísseis de cruzeiro, cerca de 10 mísseis balísticos e um ‘drone’ disparados contra a capital ucraniana e os seus subúrbios foram destruídos pelas defesas aéreas da Ucrânia.
Segundo os meios de comunicação ucranianos, também se registou uma explosão em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia.
Oleh Syniehubov, chefe da região de Kharkiv, confirmou um ataque esta madrugada no distrito de Industrialnyi, em Kharkiv, que incendiou um edifício residencial e vários outros.
O bombardeamento ocorre um dia depois de as forças armadas russas terem comunicado que intercetaram e destruíram 158 ‘drones’ ucranianos que visavam várias regiões russas, num dos maiores ataques ucranianos na guerra que dura há cerca de dois anos e meio.
O ataque acontece semanas após a incursão das forças ucranianas na região russa de Kursk, que as forças de Moscovo têm tido dificuldade em fazer recuar e às quais o Kremlin prometeu responder.
No domingo, também uma zona residencial da cidade ucraniana de Sumy (nordeste) foi alvo de ataques de mísseis russos, que fizeram pelo menos 13 feridos num centro de reabilitação infantil e num orfanato, segundo as autoridades locais.
A Administração Militar Regional de Sumy, citada pela agência Euromaidan, confirmou o ataque noturno contra o edifício situado numa área residencial da cidade próxima da fronteira com a Rússia, condenando “mais um crime contra a população civil pelos terroristas russos”.
A emissora pública Suspilne informou inicialmente que pelo menos duas crianças ficaram feridas, mas mais tarde a câmara municipal elevou o número de feridos para 13, com quatro hospitalizadas.
Lusa