A britânica Hannah Jacobs, de 13 anos, morreu após dar um gole de chocolate quente de uma cafetaria, em Londres, no último dia 8 de fevereiro, e só agora as investigações foram concluídas. A menina, que era alérgica a leite, foi com a mãe, Abimbola Duyile, à uma loja da Costa Coffee e pediu a bebida com leite de soja, mas o estabelecimento não atendeu ao pedido.
Segundo a BBC, a mãe contou que pediu dois chocolates quentes de soja para viagem antes de levar a filha ao dentista. Ela disse que estava sendo “extremamente exigente” e específica sobre o pedido, mas mesmo assim não adiantou. “Sinto que ela não entendeu o que eu estava dizendo, e é por isso que me inclinei para frente para que ela pudesse ouvir o que eu estava dizendo”, contou à emissora.
As duas foram caminhando até o consultório do dentista, onde a menina deu o primeiro gole. De acordo com a mãe, após provar a bebida, Hannah correu até o banheiro e gritou que a bebida não continha leite de soja. Em pouco tempo, as reações alérgicas começaram a aparecer.
A menina começou a tossir e estava reclamando de dores no peito. Ela foi levada às pressas para uma farmácia próxima, com os lábios e boca inchados e muita coceira. Ao chegar no local, ela desmaiou. O farmacêutico aplicou uma injeção de adrenalina, sem sucesso. Tentativas de ressuscitá-la foram iniciadas e um cliente chamou uma ambulância. Os paramédicos logo chegaram e continuaram os esforços de ressuscitação. Hannah foi levada ao hospital, onde foi declarada morta.
A mãe disse para a polícia que a filha evitava alimentos com leite, ovos, trigo e peixe, por causa de suas alergias. Ela também nunca comia na casa de amigos e só comia em restaurantes “conhecidos e confiáveis”.
‘Falha em seguir os processos’
Segundo as investigações, Hannah morreu após sofrer uma reação anafilática de hipersensibilidade desencadeada por um ingrediente em seu chocolate quente que causou uma resposta alérgica. Os legistas também concluíram que a cafetaria falhou em seguir os processos de produção da bebida, levando Abimbola a dizer que a indústria alimentícia trata o treinamento de segurança contra alérgicos como um “exercício de marcar caixas”.
“É necessária uma maior consciencialização nesses setores e em toda a sociedade sobre os sintomas da anafilaxia. Sempre fui extremamente diligente no controle das alergias de Hannah e ela nunca havia sofrido uma reação alérgica grave antes desse incidente”, declarou à emissora.
Além disso, a investigação apontou que houve “falha de comunicação” entre a equipa da cafetaria e a mãe de Hannah. No inquérito, a barista Urmi Akter disse que, quando recebeu o pedido, ela solicitou que a jarra fosse lavada, mas também ressaltou que o chocolate quente é feito de leite. O inquérito também mostrou que, na época da morte da garota, o treinamento sobre alérgicos para novos funcionários da Costa Coffee envolvia uma série de módulos on-line que podiam ser acessados em casa e um teste que os trainees tinham que passar.
“A causa raiz desta morte é a falha em seguir os processos em vigor para discutir alergias, combinada com uma falha de comunicação entre a mãe e o barista”, declarou o investigador à BBC.
A Costa Coffee veio a público lamentar o ocorrido. “A perda de Hannah é uma tragédia, e nossos sinceros pensamentos estão com sua família e amigos”, declarou em nota.
“Entender como essa situação terrível ocorreu é do interesse de todos: nossos parceiros de franquia, nossos clientes, nossos membros de equipa e as comunidades das quais fazemos parte. Ouvimos tudo o que o legista disse esta semana e consideraremos cuidadosamente seus comentários, juntamente com qualquer relatório que ela possa emitir, e responderemos apropriadamente”, acrescentou.
Fonte:AFP