Luanda – A busca por soluções para o grave problema do déficit habitacional em Angola ganhou novo impulso nesta quarta-feira. Representantes de bancos comerciais defenderam a redução da taxa de juro para 3% e a bonificação efetiva da taxa de juro, como medidas essenciais para estimular o crédito à habitação e facilitar o acesso à casa própria para milhares de angolanos.

Em concreto, os bancos comerciais defendem que o Estado deve pagar o diferencial que vai entre a taxa Obrigada pelo aviso 9 que é de 7% e a taxa de juro BNA que é 19,5%.
A proposta foi apresentada durante uma reunião promovida pelo Instituto Nacional de Habitação (INH), que busca soluções para os desafios do setor. Segundo Augusto Fernandes, consultor do INH, os bancos também destacaram a importância da simplificação dos processos de concessão de crédito, com destaque para a necessidade de massificar a emissão de títulos de propriedade. Além disso, os participantes da reunião sugeriram a extensão do prazo máximo de financiamento para 30 anos e a criação de um fundo de garantia para o crédito imobiliário.
“A reunião decorreu sobre aquilo que são os pressupostos de crédito que nós olhamos naqueles folhetos do banco, que têm a ver com as condições para que as famílias tenham acesso ao crédito bancário”, afirmou Fernandes.
O governo angolano reconhece a gravidade do problema, estimando um déficit habitacional de 2,2 milhões de casas. Apesar de investimentos significativos nos últimos anos, com a construção de cerca de 350 mil habitações, mas o crescimento populacional e a urbanização acelerada continuam a pressionar o setor.
O Ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, Carlos dos Santos, destacou a necessidade de um esforço conjunto entre o Estado e o setor privado para enfrentar este desafio. A falta de habitação adequada impacta diretamente a qualidade de vida dos angolanos, afetando a saúde, a educação e a segurança.
As propostas apresentadas pelos bancos visam criar um ambiente mais favorável para o crédito à habitação, tornando-o mais acessível para a população. A redução da taxa de juro e a bonificação do diferencial seriam medidas importantes para reduzir o custo do financiamento e estimular a procura por imóveis.
O INH irá analisar todas as sugestões e elaborar um documento com propostas concretas para o governo. Algumas das medidas já estão em curso, como a revisão da lei de alienação fiduciária.
O governo também está a trabalhar em outras iniciativas para estimular o setor, como a criação de centralidades e a promoção da autoconstrução dirigida.