Oito corpos de bebés foram encontrados, esta quarta-feira (21), numa residência, nas proximidades do cemitério de Camumuíla, no bairro Tchioco, arredores da cidade do Lubango, na Huíla, pelo proprietário, que acionou à polícia.
Os corpos, que pareciam conservados foram todos encontrados pelo cidadão e a sua esposa, no quintal de casa e num dos compartimentos de uma obra que têm no quintal.
Em declarações à imprensa, o proprietário da residência, que pediu anonimato, fez saber que por volta das 5h30, no intuito de iniciarem as suas atividades diárias, depararam-se com um cadáver de um bebé debaixo de uma das árvores.
Na sequência, explicou, avistaram outros sete corpos espalhados em um dos cómodos de uma obra no quintal e presumem que tenham sido arrastados por cães.
“A situação assustou-nos, nunca aconteceu no bairro e de imediato comunicamos à polícia Nacional, que prontamente se fez ao local, junto com o Departamento de Medicina Legal do Serviço de Investigação Criminal da Huíla, para a removerem os corpos”, frisou.
A Polícia ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas uma fonte da corporação adiantou que investiga o caso e os cadáveres estão em posse da medicina legal.
A mesma fonte assinalou que os indícios apontam que sejam nados mortos, entre três e nove meses de gestação, não reclamados na morgue da Maternidade Central do Lubango e que tenham merecido um enterro coletivo, mas que podem ter sido desenterrados por pessoas ou animais.
Contudo, contactado pela Angop, o diretor provincial da saúde, Paulo Luvangamo, admitiu a suspeita da polícia, afirmando que é bem possível que sejam sim, crianças que nasceram mortas na maternidade “Irene Neto”, com um período de cinco, seis e nove meses de gestação.
Salientou que algumas famílias levam os corpos dos seus entes para realizaram os enterros, mas outras os abandonam na morgue, que após um período de dois meses são entregues à Administração do Lubango para funeral comunitário.
“A nível da maternidade enfrentamos um problema de abandono de nados mortos, pois há uma média semana sete a oito casos, na sua maioria de partos extra-hospitalares e em convénio com a administração municipal, todos são enterrados no cemitério da Camumuíla, próximo do local onde foram encontrados”, frisou.
Destacou ser um procedimento que é feito já com alguma regularidade e sem constrangimentos, mas desta vez terão sido desenterrados por animais, mas precisa ser investigado.
O que se suspeita é que os técnicos da administração municipal que realizam esses enterros não tenham observado a profundidade certa da cova, o que pode ser facilitado a exumação.
Fonte:Angop