O número de vagas disponíveis no ensino superior angolano para o ano letivo de 2024/2025 registou uma redução de 16% em relação ao ano anterior. A informação foi avançada pelo secretário de Estado para o Ensino Superior, Eugénio Alves da Silva, em entrevista à Rádio Nacional.
Para ano letivo 2024/2025, foram autorizadas 191.752 vagas, sendo que para as instituições de ensino superior privadas coube 163.816 vagas, ou seja, 85% das mesmas. Para as Instituições de Ensino Superior Públicas foram reservadas 27.936, (15%) das vagas.
Este número representa um decréscimo de 16% relativamente às vagas que tinham sido atribuídas no ano académico de 2023-2024.
Segundo o secretário de Estado para o Ensino Superior, a não acreditação de 83 cursos de medicina e Ciências de Saúde pesou negativamente para a oferta formativa do presente ano académico. Outro fator que pesou ainda mais na redução do número de vagas para o presente ano letivo, foi a necessidade de ajustar a oferta à procura real, com objetivo de otimizar os recursos e garantir a qualidade do ensino.
“Certamente que os 83 cursos na área da Medicina e Ciências da Saúde que não foram acreditados contribuiu para a redução do número de vagas disponíveis para este ano. Na ordem das 14.000 a 15.000 vagas, o que corresponde a cerca de 6% do total de vagas. Os outros 10% de diminuição têm a ver com um exercício realizado no sentido de ajustar a procura à oferta, porque no ano passado tivemos muitas vagas e poucos candidatos”, clarificou o governante.
“Basta referir que, para o ano académico de 2023-2024, em relação ao Ensino Superior de Natureza Privada, para as 200.000 vagas disponíveis concorreram 117.000 candidatos, ou seja, não chegava sequer a um candidato por vaga. Para as instituições públicas, das 29.800 vagas disponíveis concorreram 109.700 candidatos, ou seja, 4 candidatos para cada vaga”, frisou.
A redução no número de vagas pode ter um impacto significativo no acesso ao ensino superior, especialmente para os candidatos que pretendiam ingressar nos cursos de Medicina e Ciências da Saúde. No entanto, o governo justifica a medida como necessária para garantir a qualidade do ensino e evitar o desperdício de recursos.
A decisão do governo de reduzir o número de vagas no ensino superior deverá gerar debates e diferentes opiniões. É esperado que estudantes, professores e instituições de ensino superior se manifestem sobre a medida, apresentando argumentos a favor e contra.
