Quinta-feira, 19 de Setembro, 2024

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Hamas acusa Netanyahu de “obstruir” tréguas em Gaza

O movimento palestiniano Hamas acusou hoje o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de “obstruir” um acordo de tréguas em Gaza, após a mais recente ronda de negociações em Doha.

Hamas acusa Netanyahu de "obstruir" tréguas em Gaza

“Consideramos Benjamin Netanyahu totalmente responsável pelo fracasso dos esforços dos mediadores, pela obstrução de um acordo e pelas vidas dos reféns, que correm o mesmo perigo que o nosso povo [com os contínuos bombardeamentos]”, afirmou em comunicado o movimento radical palestiniano, que está em guerra aberta com Israel desde outubro.

Hoje, Benjamin Netanyahu pediu a uma “pressão direta sobre o Hamas”, denunciando aquilo que classificou como “recusa obstinada” para uma trégua na Faixa de Gaza, num momento em que Israel é a primeira etapa de uma visita do secretário de Estado norte-americano à região.

“O Hamas tem-se mostrado obstinado na sua recusa e nem sequer enviou um representante para as negociações em Doha. Por conseguinte, a pressão deve ser dirigida ao Hamas e ao [seu líder, Yahya] Sinouar, e não ao Governo israelita”, afirmou o governante israelita.

Na quinta e na sexta-feira, os negociadores israelitas estiveram em Doha em conversações com mediadores do Qatar, do Egito e dos Estados Unidos, com vista a um cessar-fogo em Gaza, combinado com a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinianos.

De acordo com o gabinete de Netanyahu, no seu regresso, os representantes do Governo manifestaram um “otimismo moderado”.

“Há esperança de que a pressão significativa exercida pelos Estados Unidos e pelos mediadores sobre o Hamas lhe permita levantar a sua oposição à proposta americana”, que “inclui elementos aceitáveis para Israel”, segundo o gabinete.

Na sexta-feira, o Hamas já tinha afirmado que rejeitava as “novas condições” desta proposta, criticando os “‘diktats’ americanos”.

Netanyahu reafirmou hoje que Israel estava a conduzir “negociações, e não uma troca de dar e receber”.

O gabinete do chefe do executivo informou ainda que receberá o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, na segunda-feira de manhã em Jerusalém, no âmbito da sua nona viagem a Israel desde o início do conflito, em 07 de outubro.

Nesse dia, Israel declarou uma guerra na Faixa de Gaza para “erradicar” o Hamas, horas depois de o movimento islamita ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 111 dos quais permanecem em cativeiro, enquanto 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.

A guerra, que continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 40.000 mortos (quase 2% da população) e 92.401 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

Depois da visita a Israel, o secretário de Estado norte-americano vai encontrar-se na terça-feira com responsáveis do Egito, país que recebe esta semana a continuação das negociações suspensas na sexta-feira à noite em Doha.

Lusa

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