O Presidente da República, João Lourenço, reafirmou esta sexta-feira (9), em Luanda, a aposta do Executivo na implementação de políticas que valorizam adequadamente o papel das jovens mulheres na sociedade.
João Lourenço discursava na abertura da Conferência da Organização das Primeiras-Damas para o Desenvolvimento (OPDAD), sob o lema “A Educação para a igualdade de Género e a Luta contra a Violência Infanto-Juvenil.
Enfatizou a necessidade da construção de uma sociedade inclusiva e dinâmica, atribuindo às jovens mulheres responsabilidades dentro de um de paridade do género.
“Ao fornecermos oportunidades iguais de aprendizagem e de formação, estamos a munir as jovens mulheres de ferramentas que as podem ajudar a pôr em evidência todo o seu potencial e, assim, construir plenamente para a construção de uma sociedade inclusiva e dinâmica”, sustentou.
Assegurou que este é o grande objectivo do executivo angolano que, dentro dos condicionalismos e das dificuldades que o país ainda enfrenta, tem procurado implementar políticas que valorizam adequadamente o papel da mulher na sociedade, atribuindo-lhe responsabilidades dentro de um quadro de paridade de género.
Perante as Primeiras-Damas de África, entre outros dignitários, João Lourenço disse ser fundamental perceber que a construção de sociedades “em que sejamos de facto iguais faz parte de um processo no qual governantes, políticos, agentes sociais e culturais e os cidadãos, de uma maneira geral, devem assumir em consciência um papel responsável e activo na edificação desta arquitectura social dos tempos modernos”.
A esse respeito, o Chefe de Estado recomendou que não pode mais haver lugar a nenhum tipo de discriminação económica, laboral, de acesso ao ensino e aos serviços de saúde e ao emprego. Instou as participantes no evento a identificar e definir conjuntamente as ferramentas e metodologias que poderão ajudar a colmatar disparidades, entre as quais destacou a de género, que ainda persiste no mundo em geral e no continente em particular, através de um diálogo aberto e inclusivo, que possa ajudar a construir uma visão clara e convergente sobre os caminhos a percorrer para garantir a edificação de sociedades onde as mulheres e as meninas se possam sentir inseridas em circunstâncias de absoluta igualdade.
O Chefe de Estado entende que não basta formular ideias e conceitos que podem ser teoricamente muito bem acolhidos, mas que pecariam na sua aplicabilidade, por ausência de mecanismos e normas que levem a uma alteração das mentalidades daqueles que teimam em oferecer resistência aos bons padrões de comportamento social.
Frisou que a campanha sob o lema “Somos Todos Iguais”, promovida pela Organização das Primeiras-Damas Africanas para o Desenvolvimento, “obriga-nos a pensar nos pilares sobre os quais esta grande ideia se vai sustentar, sendo a educação a que desempenha o papel fundamental na promoção da igualdade de género e no empoderamento das mulheres desde a tenra idade”.
Considerou importante que a educação promova valores de respeito, igualdade e diversidade, para combater estereótipos de género e promover entre si relações saudáveis.
“É importante agir-se ao nível das famílias, das escolas e das comunidades, no sentido de se promover permanentemente entre os jovens, meninas e rapazes, a cultura da não-discriminação, para que se elimine a ideia absurda da superioridade do homem sobre a mulher, preconceito que está quase sempre na base da violência física e psicológica, dos maus-tratos morais e de outros abusos”, assinalou.
Aproveitou a oportunidade para exortar as Primeiras-Damas, reunidas em Luanda, a juntarem suas vozes às de milhões de mulheres no mundo, apelando para o fim imediato dos conflitos na RDC, no Sudão, na Ucrânia e na Palestina, em defesa da vida e da dignidade das mulheres e crianças, que, embora indefesas e inocentes, são sem sombra de dúvidas as principais vítimas destas guerras.