A Proteção Civil da Faixa de Gaza, controlada pelo movimento islamita palestiniano Hamas, disse hoje que um ataque lançado por Israel contra uma escola na cidade de Gaza matou pelo menos 90 pessoas.
“O número de mortos é agora de 90 a 100 e há dezenas de feridos adicionais” na escola Al-Tabai’een, no setor Al-Sahaba na cidade de Gaza, disse à agência de notícias France–Presse (AFP) o porta-voz da Proteção Civil, Mahmoud Basal.
Inicialmente, Basal tinha anunciado, na plataforma de mensagens Telegram, que o ataque israelita tinha deixado “40 mártires e dezenas de feridos”.
O porta-voz disse à AFP que a escola al-Tabai’een, que segundo ele albergava “palestinianos deslocados”, foi alvo de três ataques.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) afirmaram ter “atacado com precisão os terroristas do Hamas que operavam dentro de um centro de comando e controlo do Hamas localizado na escola Al-Tabai’een”.
O centro de comando e controlo serviu de “covil para terroristas e comandantes do Hamas”, a partir do qual foram planeados e preparados vários ataques contra o exército israelita, disseram as IDF, em comunicado.
De acordo com a imprensa controlada pelo Hamas, a escola, situada junto a uma mesquita no bairro de Daraj Tuffah, acolhia cerca de 250 pessoas deslocadas, mais de metade das quais eram crianças e mulheres.
No domingo passado, a Proteção Civil da Faixa disse que pelo menos 30 pessoas tinham morrido e dezenas feridas em ataques israelitas distintos a duas escolas na cidade de Gaza, no norte do enclave.
“Com estes dois novos massacres, o Exército de ocupação bombardeou e atacou 172 abrigos habitados por dezenas de milhares de pessoas deslocadas”, afirmaram as autoridades do Hamas.
O grupo islamita assegurou na altura que pelo menos 1.040 pessoas tinham morrido em ataques israelitas a escolas desde o início da guerra.
O Hamas lançou em 07 de outubro de 2023 um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, que causou a morte de mais de 1.140 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo uma contagem da agência de notícias France-Presse, baseada em números oficiais israelitas.
Cerca de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza, segundo as autoridades israelitas. Destas, perto de cem foram libertadas no final de novembro, durante uma trégua em troca de prisioneiros palestinianos, e 132 reféns continuam detidos no território palestiniano, 28 dos quais terão morrido.
Em resposta ao ataque, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Lusa