O Kremlin descartou hoje a possibilidade de participação de instituições internacionais na investigação ao acidente do avião em que viajava o chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin.
“As investigações estão a ser realizadas pelo Comité de Investigação Russo. O Presidente (russo Vladimir) Putin já se referiu a isso. Portanto, neste caso não há possibilidade de uma investigação internacional”, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
Para o porta-voz do Kremlin, “existem várias versões, entre as quais um ato malicioso premeditado”, razão pela qual a investigação não será realizada da mesma forma como se se tratasse de um simples acidente de avião.
“Vamos aguardar os resultados da investigação”, acrescentou Peskov.
O jornal digital independente Meduza noticiou, sem revelar as suas fontes, que o Comité de Aviação Interestadual – entidade com sede em Moscovo que investiga incidentes e acidentes na Comunidade de Estados Independentes (CEI) pós-soviética – não irá investigar este caso, respeitando os regulamentos internacionais.
Segundo os ‘media’ internacionais, o Centro de Pesquisa e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos do Brasil (Cenipa) e a Empresa Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER), fabricante da aeronave danificada, manifestaram-se disponíveis para participar na investigação do acidente.
O avião da Embraer no qual Prigozhin viajava junto com outros nove ocupantes, alguns oficiais superiores do grupo mercenário russo Wagner, caiu há uma semana na região de Tver, durante um voo entre Moscovo e São Petersburgo.
As autoridades russas identificaram todos os passageiros e tripulantes da aeronave, incluindo Prigozhin, que foi enterrado na terça-feira numa cerimónia realizada no meio de rigorosas medidas de segurança.
Até ao momento, nenhuma informação oficial foi dada sobre as causas do incidente, mas entre as principais versões está a explosão de uma bomba a bordo.
Alguns apoiantes de Prigozhin, a oposição no exílio e os meios de comunicação social internacionais responsabilizam Putin pela morte do chefe do grupo mercenário Wagner, que se tinha revoltado há dois meses contra o Kremlin.
Lusa