Quinta-feira, 12 de Dezembro, 2024

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PR destaca investimentos em meios para início da construção de navios de guerra

O Presidente angolano destacou hoje os investimentos em meios e estaleiros navais, para dar início à construção de navios de guerra no país, contribuindo também para a segurança e combate à pirataria no Golfo da Guiné.

PR angolano destaca investimentos em meios para início da construção de navios de guerra

João Lourenço, que discursava hoje nas celebrações dos 47 anos de existência da Marinha de Guerra Angolana, reconheceu que o Estado angolano realizou ao longo de muitos anos, pela característica do seu conflito armado, um investimento maior nas infraestruturas e apetrechamento maior em meios bélicos para o exército e a força aérea.

“Alcançada a paz, o Estado angolano começou a prestar uma atenção cada vez maior à necessidade de fortalecer a Marinha de Guerra Angolana com infraestruturas em terra, embarcações marítimas de todas as categorias e sistemas de vigilância marítima para proteger a sua imensa costa marítima, que se estende por cerca de 1.650 quilómetros”, disse João Lourenço.

O chefe de Estado angolano, que se deslocou hoje ao município do Soyo, província do Zaire, procedeu à inauguração da Base Naval do Soyo, para servir de região naval norte e o país exibir “as embarcações de patrulha, interceção e transporte militar, que são parte de um lote dos meios contratados à empresa naval Privinvest Shipbuilding Investiments ao abrigo do Ddespacho presidencial n.º 258/16, de 29 de agosto de 2016”.

O despacho presidencial fazia menção a um lote de 17 embarcações de patrulha, interceção e transporte militar, incluindo peças sobressalentes no montante total equivalente em kwanzas a 495 milhões de euros.

O Presidente angolano frisou que mais recentemente o Estado encomendou à empresa Abu Dhabi Ship Building a construção de três modernas corvetas e embarcações de apoio, tendo também do Reino de Espanha sido adquiridos dois aviões C295 da Aibus, que deverão chegar ainda este ano ao país, equipados para missões de reconhecimento e vigilância marítima.

Segundo João Lourenço, decorrem negociações com autoridade competente para a possibilidade de aquisição também de meios navais.

“O país deve investir em mais bases marítimas para albergar essas frotas que tendem a crescer em número e tamanho das embarcações, como também investir num estaleiro naval para a manutenção das frotas e iniciar a construção de navios de guerra em Angola, embrião para a indústria naval angolana”, frisou.

O Presidente angolano e Comandante em Chefe das Forças Armadas Angolanas salientou que pela sua posição geográfica Angola, juntamente com outros Estados das regiões central e austral de África, deve estar preparada para contribuir para a segurança do Golfo da Guiné, “importante rota marítima para o comércio internacional”.

João Lourenço manifestou-se ainda apreensivo com o crescente deteriorar da paz e segurança em diferentes pontos do mundo, começando por África, onde o terrorismo e as insurgências de diferentes motivações ameaçam as suas populações e as já frágeis economias.

“Algumas das consequências imediatas e mais visíveis dos conflitos armados são, além do elevado número de mortes, o assustador número de deslocados internos, de refugiados em países vizinhos, de imigrantes manipulados por redes de tráfico humano, o aumento da fome, das doenças, da pobreza e da miséria”, disse, acrescentando que “a situação não é melhor em outras paragens do globo” nomeadamente no médio oriente, no conflito entre a Palestina e Israel, na Europa, com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

De acordo com João Lourenço, “estes e outros conflitos que proliferam pelo mundo só vêm tornar cada vez mais premente a necessidade da urgência da reforma das Nações Unidas, em particular do seu Conselho de Segurança e das instituições financeiras de Bretton Woods saídas do fim da II guerra mundial, por já não refletirem a realidade política, económica, demográfica e outras do mundo de hoje”.

“África, a América Latina e a Ásia reclamam o direito de ocupar assentos como membros permanentes do Conselho de Segurança, não apenas para defenderem os direitos dos respetivos povos, mas também para serem parte ativa das decisões a tomar sobre os assuntos globais do nosso planeta, como a paz e segurança, da segurança alimentar, da segurança energética, da saúde pública, do comércio internacional, do clima e da defesa do ambiente, entre outros assuntos”, realçou.

Lusa

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