Sábado, 9 de Novembro, 2024

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PR da África do Sul reafirma posição de não-alinhamento

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, reafirmou hoje (15) a política de não-alinhamento do país, afirmando que não tomará partido em uma disputa entre potências globais.

Em seu discurso semanal, o presidente revelou que, com a eclosão do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, uma pressão extraordinária foi exercida sobre a África do Sul para que abandonasse a sua posição de não-alinhamento e tomasse partido no que é, de facto, uma disputa entre Rússia e o Ocidente.

Acrescentou que outras nações do continente africano e de outras partes do mundo estão sob pressão semelhante.

Com base na experiência na luta contra o apartheid, disse, o país mantém a sua política externa a firme crença no valor de uma ordem mundial multilateral inclusiva, e na resolução pacífica dos conflitos através do diálogo.

“Sempre fomos firmes nesse ponto: a África do Sul não foi e não será arrastada para uma competição entre potências globais, enfatizou o presidente, citado pela Prensa Latina.

Como país, lembrou, “estamos comprometidos com os artigos da Carta das Nações Unidas, incluindo o princípio de que todos os membros devem resolver as suas disputas internacionais por meios pacíficos”.

Portanto, continuou Ramaphosa, “não aceitamos que a nossa posição de não-alinhamento favoreça a Rússia em detrimento de outros países, nem que prejudique as nossas relações com outras nações”.

Nesse contexto, garantiu, “em Agosto de 2023 receberei os líderes do Brasil, Índia, China e Rússia para a cúpula dos países do Brics”.

Em todas as nossas interacções com esses países, explicou, “reafirmamos a nossa crença de que as Nações Unidas continuam sendo o único mecanismo viável por meio do qual a comunidade mundial pode lutar pela paz e pelo desenvolvimento comum”.

No entanto, alertou, o conflito na Ucrânia expôs as fragilidades da estrutura e das práticas das Nações Unidas. Assim, apontou, a composição do Conselho de Segurança da ONU, em particular, não reflecte as realidades do actual cenário mundial, razão pela qual deve ser revista para que haja representação equitativa e um mecanismo mais inclusivo para resolver as disputas internacionais.

“Esses são alguns dos princípios que moldam nossa abordagem às alegações de que armas foram carregadas em um navio russo que atracou em Simon’s Town no final do ano passado”, enfatizou o presidente.

“Como não temos provas concretas para sustentar essas acusações, estamos abrindo uma investigação independente chefiada por um juiz aposentado para apurar os factos”, concluiu Ramaphosa.

Angop

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