A Zona Económica Especial (ZEE) arrecadou quatro milhões de dólares norte-americanos no primeiro trimestre deste ano, o que representa um aumento de 116%, comparativamente ao período homólogo, cuja receita cifrou-se a volta dos dois milhões de dólares.
Segundo o administrador executivo da ZEE, Adriano Borja, esse indicador demonstra o interesse ou apetência que os empresários têm em investir naquela zona industrial, tendo em conta as vantagens competitivas geográficas e de infra-estruturas instaladas no respectivo parque.
Ao falar na nona edição do “Café CIPRA”, um fórum de debate promovido esta terça-feira pelo Centro de Imprensa da Presidência da República de Angola (CIPRA), o responsável referiu que a indústria ligeira ocupa uma cifra de 62% da produção global da ZEE, seguindo-se o sector do comércio, com 28%, enquanto o sector de serviços representa 10%.
Quanto ao emprego, Adriano Borja referiu que a instalação de empresas na zona industrial permitiu a criação de sete mil e 500 postos de trabalho, com destaque para existência de 81 empresas operacionais, das 157 instaladas inicialmente.
Na ocasião, referiu que a carteira de negócios da ZEE regista um volume confirmado de 60 milhões de euros para o próximo trimestre, facto que permitirá a criação de aproximadamente dez mil postos de trabalho até ao final deste ano.
Com essa trajectória, destacou, será possível alcançar um número significativo de empregos, que vão impactar no bem-estar da população economicamente activa até ao final do presente quinquénio.
Apontou o fluxo demográfico, marcado com um crescimento de 3% por ano, em média, bem como as taxas de juro atractivas do ponto de vista da remuneração do capital de risco/especulativo e as receitas do petróleo como as principais oportunidades que podem ser aproveitadas para relançar a produção interna e a economia nacional.
Com a missão de promover a indústria nacional, a ZEE conta com duas reservas equivalentes a sete mil hectares, dos quais maior parte ainda estão disponíveis para receber novos investimentos.
Por outro lado, o ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, destacou o potencial do capital humano, a estabilidade política e a localização geográfica de Angola como oportunidades que devem ser exploradas para alavancar o sector industrial nacional.
Para isso, o governante apelou ao engajamento da classe empresarial e da sociedade civil a juntarem-se aos programas do Executivo angolano que foca, essencialmente, a sua acção no fomento à produção interna para alcançar a auto-suficiência alimentar do país.
Sob o lema “O relançamento da indústria e o fomento da empregabilidade”, a nona edição do “Café CIPRA” também contou com a presença do ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, e o presidente do Conselho da Administração da AIPEX, Lello Francisco, que apresentaram o actual quadro económico do país e o volume de investimentos registados nos últimos anos, respectivamente.
Com o lema “Diálogo sem mediação”, o Café CIPRA desta terça-feira serviu de interacção entre os responsáveis dos departamentos ministeriais e empresários, especialistas de diversas áreas do saber, académicos e membros da sociedade civil, que exprimiram as suas ideias sobre o tecido industrial angolano.