Quarta-feira, 5 de Fevereiro, 2025

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Secretário do SINPES diz não ter dúvidas que as ameaças de morte vêm do governo

O secretário-geral do Sindicado dos Professores do Ensino Superior de Angola (SINPES), Eduardo Peres Alberto, não tem dúvidas de que o governo angolano está por trás das ameaças de morte que ele e a sua filha têm vindo a receber.

Em entrevista à Rádio Voz da América, Eduardo Peres Alberto foi peremptório em dizer que as ameaças só podem vir do governo.

“Ameaça só pode vir do Governo, porque eles falam da greve e nosso interlocutor é o Governo”, disse Eduardo Peres Alberto, citado pela VOA.

O sindicalista disse que inclusive a sua filha também está a ser vítima de ameaças de morte. Segundo Eduardo Peres Alberto, foi retirada uma foto da sua filha da Internet, onde foi colocado uma cruz, posto num envelope e deixado debaixo da porta do seu apartamento.

Eduardo Peres Alberto, que diz ter feito queixas à esquadra do Zango em Viana e garante que a greve não vai ser cancelada sem que haja cumprimento dos acordos assinados a 17 de Novembro de 2021.

Duas queixas foram feitas até ao momento.

A primeira, na terceira esquadra da polícia na Vila Alice, e a segunda, na esquadra do Zango 5 em Viana, ambas em Luanda.

“Estamos a sofrer muitas ameaças, às 10 horas foi colocada uma fotografia da minha filha, extraída da internet, com uma cruz”, contou Peres Alberto à Voz da América.

Ele reiterou, entretanto, que as ameaças começaram na semana passada.

Eduardo Peres Alberto, diz que as ameaças visam cancelar a greve, mas que, tal não irá acontecer, caso não haja cumprimento dos acordos assinados a 17 de Novembro de 2021.

“Lamentavelmente, a greve não depende do secretário-geral, a greve é deliberada numa Assembleia Geral, essas ameaças para nós, não nos farão recuar, Deus no comando e nós estamos tranquilos”, reiterou o sindicalista, sublinhando que “se acham que a morte do secretário-geral é a solução… só eles sabem”.

Polícia Nacional, em Luanda, ainda não se pronunciou sobre o caso.

A greve que dura 38 dias surge em consequência do “incumprimento” do memorando de entendimento assinado em Novembro de 2021, que exigia, por exemplo, um salário equivalente a 2.000 dólares para o professor assistente estagiário e de 5.000 dólares para o professor catedrático, propostas salariais do SINPES para contrapor os atuais “salários medíocres”.

A “inconclusão” do pagamento da dívida pública para com cerca de 3.000 funcionários do ensino superior, entre docentes e administrativos, que até 2018 estava avaliada em 2,3 biliões de kwanzas (3,5 milhões de dólares) também consta das reivindicações do SINPES.

O Ministério do Ensino Superior refere que o memorando de entendimento “estabeleceu prazos para se concluir as ações que estavam em curso”, à do caderno reivindicativo, e observa que a declaração da greve do SINPES “prejudica a concretização do calendário académico”.

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