O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, admitiu hoje que a China ainda não “cruzou a linha” de entregar armas letais à Rússia, na guerra na Ucrânia.
“Até ao momento, não os vimos cruzar essa linha”, disse Blinken, respondendo a uma pergunta durante uma audiência no Senado dos EUA, em Washington.
Há várias semanas que a diplomacia norte-americana exerce intensa pressão diplomática sobre a China para impedi-la de entregar equipamentos militares a Moscovo.
“Considero que o apoio diplomático, político e, até certo ponto, material (da China) à Rússia é, obviamente, contra os nossos interesses, que queremos ver esta guerra terminar”, indicou Blinken ao Congresso.
Blinken defendeu ainda a necessidade de o seu país regressar à UNESCO para contrariar a influência que a China tem na organização.
O Governo do ex-Presidente Donald Trump (2017-2021) retirou-se em 2018 da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
O chefe da diplomacia norte-americana justificou agora a intenção de reverter esta posição, alegando que “a China é atualmente o maior contribuinte da UNESCO”, pelo que os EUA devem procurar contrariar a hegemonia de Pequim nesta organização.
Por outro lado, Blinken sublinhou que este organismo está a tratar importantes regulamentações sobre inteligência artificial ou sobre planos de educação em todo o mundo, dizendo que os Estados Unidos não se podem alhear destas discussões.
“Acredito firmemente que devemos voltar à UNESCO. Não para dar um presente (à organização), mas porque as coisas que estão a acontecer na UNESCO realmente importam”, explicou Blinken.
O secretário de Estado propôs ainda ao Congresso aumentar o orçamento dos EUA para a região do Indo-Pacífico em 18% para “fortalecer as políticas para superar a China”.
Nesse sentido, Blinken disse ser necessário realizar novos investimentos para aumentar a presença dos Estados Unidos na região em questões de segurança marítima, energia limpa e novas tecnologias.
Blinken reconheceu que os Estados Unidos enfrentam dois grandes desafios de política externa: a contínua invasão russa da Ucrânia e “o desafio de longo prazo” representado por Pequim.
Lusa