Quinta-feira, 25 de Abril, 2024

Património de “Tchizé” dos Santos e “Coreón Dú” na mira da justiça angolana

A justiça angolana solicitou informações sobre imóveis em condomínios localizados em Luanda registados em nome de várias empresas, incluindo duas detidas por Tchizé dos Santos e “Coreón Dú”, filhos do ex-presidente José Eduardo dos Santos.

Em causa estão as empresas Westside Investments e Semba Comunicações, que tinham como sócios os irmãos Welwischia “Tchizé” dos Santos e José Eduardo Paulino dos Santos “Coréon Dú”, que geriam o canal 2 da Televisão Pública de Angola até a administração da cadeia pôr fim ao contrato, em 2018, já depois de José Eduardo dos Santos (falecido no ano passado) ter deixado a Presidência do país, que liderou durante 38 anos, sendo sucedido por João Lourenço.

Da lista, a que a Lusa teve acesso, faz também parte o empreendimento Marina Baía Yacht Club, que a imprensa angolana aponta como estando ligado a “Tchizé”, Álvaro Sobrinho e Sílvio Alves Madaleno, a empresa Mar & Yates, além da Fraxa Service e Brefaxa & Filhos, ligadas a Bento Francisco Xavier, antigo vice-governador do Cuando Cubango e que foi ouvido também em tribunal no âmbito do “caso Lussaty”, em que o major Pedro Lussaty foi condenado a 14 anos de prisão pelos crimes de transporte de moeda para o exterior, de retenção de moeda e lavagem de capitais.

O ofício do Serviço Nacional de Recuperação de Ativos (SENRA) da Procuradoria-Geral da República é datado de 16 de fevereiro e diz que as empresas em causa são visadas no âmbito de processos de investigação patrimonial e financeira que correm trâmites na justiça.

A empresária e filha do ex-presidente Isabel dos Santos, também a braços com a justiça angolana, tem sido a fase mais visível do combate à corrupção de João Lourenço, que tem visado principalmente familiares e generais que eram próximos de José Eduardo dos Santos.

Isabel dos Santos, que é procurada por suspeitas dos “crimes de peculato, fraude qualificada, participação ilegal em negócios, associação criminosa e tráfico de influência, lavagem de dinheiro,” tem negado todas as acusações, queixa-se de perseguição e afirma desconhecer a existência de um mandado de captura da Interpol contra si.

Também a irmã “Tchizé” dos Santos, tal como Isabel a residir fora da Angola há vários anos, acusa João Lourenço de perseguir a famílias Dos Santos e de ter sido ameaçada.

“Tchizé” dos Santos, ‘influencer’ e empresária, esteve também ligada ao canal Vida TV, suspenso em 2021 pelo Governo angolano que alegou “inconformidades”.

Lusa

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