O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou hoje a disponibilização de apoios para o país enfrentar a atual situação de cheias e emergências, durante uma comunicação à nação.
O Governo decidiu colocar no “mecanismo existente para mitigação e gestão de riscos de desastres um total de 260 milhões de meticais [3,8 milhões de euros] correspondente a 80% da verba programada no Plano Económico e Social e Orçamento de Estado de 2023”, referiu, durante uma comunicação à nação, após uma reunião do Conselho de Ministros.
Por outro lado, “no quadro da colaboração com o Banco Mundial, foram desembolsados 306,5 milhões de meticais [4,4 milhões de euros], assegurando-se assim que o Instituto Nacional de Gestão de Desastres [INGD] possa dispor de fundos para atender a situações de emergência”, anunciou.
“Aqui queremos agradecer aos nossos parceiros do Banco Mundial”, frisou Filipe Nyusi.
O Presidente moçambicano anunciou ainda a alocação de “um fundo adicional de 10 milhões de dólares [9,3 milhões de euros] pelo governo para responder às necessidades imediatas de reconstrução no pós-emergência”.
A região sul de Moçambique enfrenta desde dia 07 de fevereiro uma situação de chuva intensa e cheias que já provocou a morte de nove pessoas e inundou 7.600 casas, provocando prejuízos a um total de 39.225 pessoas, segundo dados do INGD.
Cerca de 15.000 pessoas estão a ser acolhidas em 13 centros de acomodação ativos.
Há ainda danos em estradas, pontes, centros de saúde e em várias escolas, deixando sem aulas milhares de alunos.
Durante a comunicação à nação, Filipe Nyusi referiu que além da situação no sul, há subida de caudais noutras bacias hidrográficas do país e há também outras emergências, como por exemplo a propagação da cólera, entre as doenças de origem hídrica.
Desde outubro, a época das chuvas já matou 83 pessoas, segundo o balanço preliminar do INGD, incluindo outros eventos associados a este período como ventos fortes, raios, queimadas descontroladas e incêndios, afetando 63.485 pessoas.
O Governo decidiu criar uma equipa de trabalho para “acompanhar a situação no terreno e reportar periodicamente ao Conselho de Ministros”, disse Filipe Nyusi.
Foram ainda anunciadas medidas que visam facilitar a vida a pessoas afetadas pelas inundações, como seja na emissão de documentos perdidos ou com descontos em transportes.
Moçambique está em plena estação das chuvas, que decorre de outubro a abril, e que está a ser especialmente severa, com uma acumulação de 370 milímetros de chuva na região de Maputo só na última semana, quase o triplo da média esperada para cada mês de fevereiro.
Lusa