Os Reis de Espanha, Felipe VI e Letizia, vão fazer uma visita de Estado a Angola em fevereiro, a primeira dos dois monarcas a um país da África subsaariana, anunciou o próprio chefe de Estado espanhol.
“Será a nossa primeira visita de Estado a um país da África Subsaariana e, por isso, aguardamo-la com especial entusiasmo”, afirmou Felipe VI esta semana, em Madrid, durante uma intervenção perante o corpo diplomático espanhol.
O Rei destacou os esforços que Espanha tem desenvolvido para aumentar o número de embaixadas em África, assim como “o aumento de contactos em diferentes níveis” com os países africanos.
O chefe de Estado de Espanha acrescentou que África é “um continente vasto e plural, com infinitas necessidades e cheio de possibilidades de cooperação”, com vista ao seu desenvolvimento.
“É um continente de oportunidade e futuro, que requer a construção de relações de confiança duradoura e de interesse genuíno num desenvolvimento partilhado”, disse Felipe VI, que referiu a capacidade de Espanha para “a ação multilateral”.
O anúncio da viagem de Felipe VI a Angola coincidiu com a viagem, esta semana, do ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, ao Níger, Nigéria e Guiné-Bissau, para “reafirmar o compromisso de Espanha” com África e realçar que o continente será uma prioridade da presidência europeia que Madrid assumirá em julho.
O Governo espanhol apresentou em 2021 o plano “Foco África 2023”, com o qual tenta marcar um ponto de viragem nas relações com o continente africano e diversificar a sua influência diplomática fora da Europa, tradicionalmente centrada na América Latina e no norte de África.
O “Foco África 2023” considera como “países âncora” Nigéria, Etiópia e África do Sul e, como “países prioritários”, os lusófonos Angola e Moçambique, além de Senegal, Costa do Marfim, Gana, Quénia e Tanzânia.
“África é um continente com uma importância geoestratégica crescente e chave na ação exterior do nosso país. Espanha quer estabelecer sólidas alianças com os países africanos para enfrentarmos juntos os desafios que temos em comum”, disse o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, em 27 de outubro do ano passado.
Segundo Sánchez, “a emergência climática é sem dúvida nenhuma” o maior desses desafios comuns, a que juntou “a transição energética que implica essa emergência climática”, “a evolução tecnológica”, a segurança alimentar ou os movimentos migratórios.
Sánchez esteve em 2022 no Quénia e na África do Sul, depois de em 2021 ter visitado Senegal e Angola.
Lusa