Sexta-feira, 19 de Abril, 2024

Militares ucranianos alertam população para possíveis novos bombardeamentos russos

As autoridades ucranianas alertaram hoje a população para a possibilidade de o país sofrer uma nova vaga de bombardeamentos russos contra infraestruturas críticas que poderão afetar o fornecimento de água e energia, particularmente na capital, Kiev.

“É altamente provável que o início da semana seja marcado por tal ataque”, disse a porta-voz do comando sul do exército ucraniano, Natalia Humeniuk, citada pela agência francesa AFP.

A porta-voz referiu a presença de um navio russo no Mar Negro como um sinal de que um ataque poderá estar iminente.

“É um portador de mísseis de superfície que transporta oito mísseis do tipo Kalibr. Isto indica que os preparativos estão em curso”, disse Humeniuk na televisão ucraniana.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, advertiu no domingo à noite, num discurso em vídeo, que “a próxima semana pode ser tão difícil como na semana passada”, referindo-se a bombardeamentos russos que causaram cortes maciços de energia no país, onde as temperaturas estão a descer com a aproximação do inverno.

“As nossas forças de defesa estão a preparar-se. O Estado inteiro está a preparar-se. Estamos a trabalhar todos os cenários, inclusive com parceiros ocidentais”, disse Zelensky, apelando aos ucranianos para que estejam atentos aos alertas de ataques aéreos.

Zelensky referiu-se também a uma “situação difícil” na linha da frente, especialmente na região oriental de Donetsk, onde os combates se têm concentrado desde a retirada das forças russas da cidade meridional de Kherson.

Após os ataques russos de quarta-feira passada, milhões de ucranianos ficaram sem energia.

O operador nacional Ukrenergo disse que o país ainda enfrenta uma escassez de eletricidade que afeta 27 por cento dos lares, continuando em vigor cortes de energia de emergência em toda a Ucrânia.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, desencadeando uma guerra que mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A região de Kherson foi anexada pela Rússia em 30 de setembro, juntamente com Donetsk, Lugansk e Zaporijia, onde se situa a maior central nuclear da Europa.

A Rússia já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.

A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania de Moscovo nas regiões anexadas.

Lusa

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