Quinta-feira, 6 de Fevereiro, 2025

O seu direito à informação, sem compromissos

Pesquisar

Casa Branca defende “encerramento controlado” de Zaporijia para evitar desastre

Os Estados Unidos propuseram hoje um “encerramento controlado” dos reatores da central nuclear de Zaporijia, localizada no sul da Ucrânia e controlada pelas forças russas, defendendo que é a melhor forma de evitar um acidente grave.

“Continuamos a acreditar que o encerramento controlado dos reatores seria a opção mais segura e menos perigosa a curto prazo”, destacou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.

Os norte-americanos realçaram que a Rússia “militarizou” a maior instalação nuclear da Europa, no dia da partida de uma missão de 14 peritos da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para a central de Zaporijia.

Kirby aplaudiu também o início da missão internacional, destacada para monitorizar a situação da central nuclear ‘in situ’.

Esta central foi tomada pelas forças russas cerca de duas semanas depois do início da ofensiva militar de Moscovo contra o país vizinho, em 24 de fevereiro.

Desde então, Ucrânia e Rússia têm trocado acusações sobre ataques realizados contra Zaporijia.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americano também avaliou a evolução da frente militar, destacando que as forças ucranianas têm uma “boa oportunidade” de recuperar terreno.

No início do dia, o Exército ucraniano garantiu que lançou uma ofensiva em diversas frentes no sul do país e que conseguiu romper uma primeira linha de defesa das tropas russas na região de Kherson.

Por outro lado, o Ministério da Defesa russo disse hoje que repeliu “tentativas de ofensivas” ucranianas em Kherson e Mykolaiv, no sul da Ucrânia, acrescentando que impôs “perdas pesadas”.

Embora por agora não seja completamente claro o alcance concreto das operações ucranianas, a Casa Branca adiantou que a Rússia já teve que transferir recursos do leste da Ucrânia para o sul, por temer perder parte do que conquistou nos últimos meses.

“Do ponto de vista estratégico, [a ofensiva ucraniana] já teve efeito sobre as capacidades militares russas dentro da Ucrânia”, sublinhou.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

Lusa

×
×

Cart