Tribunal Constitucional aprovou a candidatura de 7 partidos e uma coligação que vão concorrer às eleições gerais de 24 de Agosto do corrente ano. Veja a seguir o perfil de 6 dos 8 cabeça-de-listas dos partidos políticos que irão concorrer neste pleito eleitoral.
MPLA:
João Manuel Gonçalves Lourenço nasceu a 5 de Março de 1954, na cidade do Lobito, província de Benguela. É filho de Sequeira João Lourenço, enfermeiro, e de Josefa Gonçalves Cipriano Lourenço, costureira, ambos já falecidos.

É casado com Ana Afonso Dias Lourenço e tem seis filhos.
Fez os estudos primário e secundário na província do Bié e na cidade capital, na antiga Escola Industrial de Luanda e no Instituto Industrial de Luanda.
De 1978 a 1982, recebeu, na então União Soviética, formação militar, tendo-se especializado em Artilharia Pesada. Naquele país, obteve o grau académico de mestre em Ciências Históricas. Tem o domínio fluente do inglês, do russo e do espanhol.
Participou, a partir de Agosto de 1974, na Luta de Libertação Nacional, conduzida pelo MPLA, tendo feito a sua primeira instrução político-militar no Centro de Instrução Revolucionária (CIR) “Kalunga”, na República do Congo.
Integrou o primeiro grupo de combatentes do MPLA, que, em 1974, entrou no território nacional, via Miconge, em direcção à cidade de Cabinda.
Nas vésperas da Independência Nacional, participou em combates em Ntó-Iema, em Cabinda, e noutras localidades, contra a invasão do então exército zairense, que pretendia ocupar o território daquela província de Angola.
Exerceu, também, as funções de Comissário Político das então Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), em diversos escalões, incluindo a de comissário político da 2.ª Região Político-Militar de Cabinda.
Durante a década de 80 do século XX, participou em várias operações militares no Centro do país, nomeadamente nas províncias do Cuanza Sul, do Huambo e do Bié.
Em 1983, foi presidente do Conselho Militar Regional da 3.ª Região Político-Militar. Nas FAA, desempenhou, de 1989 a 1990, ainda as funções de chefe da Direcção Política das FAPLA.
Actualmente, é general (na reserva) das FAA.
Integra o Comité Central do MPLA desde 1985, é membro do seu Bureau Político desde 1990 e, na sequência do VII Congresso Ordinário do partido, realizado em 2016, foi eleito vice-presidente.
Já tinha desempenhado as funções de primeiro-secretário do Bureau Político e de secretário do Bureau Político para a Informação e para a Esfera Económica e Social.
No domínio das funções governativas, foi nomeado, em 1983, aos 29 anos, para exercer o cargo de comissário provincial do Moxico, equivalente ao cargo actual de governador provincial. Foi, posteriormente, de 1986 a 1989, comissário provincial de Benguela. Em 2014, por Decreto Presidencial, foi nomeado ministro da Defesa, cargo que exerceu até ao início da campanha eleitoral de 2017.
A nível parlamentar, foi presidente do Grupo Parlamentar do MPLA, de 1991 a 1998, e, posteriormente, presidente da Comissão Constitucional da Assembleia Nacional, tendo, na mesma instituição, desempenhado as funções de 1.º vice-presidente, de 2003 a 2014.
Tem como passatempo a leitura, o xadrez, a equitação e é um apaixonado pelas novas Tecnologias de Informação.
Candidata a Vice-Presidente da República pelo MPLA

Esperança Maria Eduardo Francisco da Costa nasceu em Luanda e estudou Biologia na Universidade Agostinho Neto, onde se licenciou em 1985.
Entre 1983-1984, passou pelo Centro de Botânica do Instituto de Investigação Científica em Lisboa, Portugal, e, no seu regresso a Luanda, foi nomeada assistente de Biologia Vegetal na Universidade Agostinho Neto.
Em 1986, tornou-se chefe do Departamento de Biologia.
Entre 1986 e 1990, desenvolveu o Herbário de Luanda e tornou-se a representante de Angola na African Biosciences Network (ABN), depois de participar de uma reunião sua, em Harare, Zimbabwe, sobre gestão florestal.
Em 1990, iniciou um mestrado em Produtividade de Fábrica, na Universidade Técnica de Lisboa. A partir de 1992, trabalhou numa tese sobre Ecologia Vegetal, obtendo o doutoramento pela mesma instituição.
Em 1997, regressou a Angola para ser nomeada professora da Universidade Agostinho Neto, da qual é também directora do herbário. Actualmente, é secretária de Estado das Pescas.
UNITA
Adalberto Costa Júnior nasceu a 8 de Maio 1962, no Tchindjendje (Huambo).

Casado e pai de três filhos, é formado em Engenharia Eletrotécnica pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto (Portugal) e em Ética Pública pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (Itália). Ingressou na vida política ainda muito jovem.
Tem cartão de militante da UNITA desde 1975, formação política que integrou por influência familiar.
Nesta organização, exerceu vários cargos de direcção, como chefe da Juventude Unida Revolucionária de Angola (JURA), no Porto, Portugal (1991-1996), representante da UNITA em Portugal (1996-2002) e representante dessa formação política na Itália e no Vaticano (2003).
De igual modo, foi secretário provincial desta formação em Luanda (2003-2008), responsável pela Comunicação e Marketing (2003-2009), porta-voz (2009–2011), secretário nacional do Património (2012-2016), primeiro vice-presidente do Grupo Parlamentar (2012-2015) e presidente do Grupo Parlamentar (2015-2019).
A 15 de Novembro de 2019, com a realização do XIII Congresso Ordinário da UNITA, Adalberto Costa Júnior, o até então líder do Grupo Parlamentar, foi eleito presidente dessa formação política, tendo substituído Isaías Samakuva, que deixou a liderança ao fim de 16 anos.
Candidato a Vice-Presidente

Abel Epalanga Chivukuvuku nasceu a 11 de Novembro de 1957, na localidade de Luvemba, no Bailundo, província do Huambo.
Filho de Pedro Sanjando Chivukuvuku e de Margarida Chilombo Chivukuvuku, é casado e tem três filhos.
Em 1975, frequentou o ensino secundário no Liceu Norton de Matos, no Huambo. Em 1986, formou-se em Telecomunicações Militares e Serviço de Inteligência Militar na Alemanha, sendo que, em 1988, se diplomou em Língua Inglesa pela Universidade de Cambridge (Reino Unido).
Em 2001, licenciou-se em Relações Internacionais pela Universidade da África do Sul (UNISA) e, três anos mais tarde, em 2003, fez especialização em Administração do Desenvolvimento e em Comunicação, nessa mesma instituição académica.
Em 2006, fez o mestrado em Relações Internacionais, também pela UNISA.
Ingressou na UNITA em 1974, formação política em que, durante mais de 30 anos, exerceu posições de destaque, entre as quais a de chefe-adjunto dos Serviços de Inteligência Militar (1982-1986).
Com a patente de brigadeiro, entre 1989 e 1991, foi representante da UNITA junto da ONU e dos países da Europa do Leste, tendo sido depois chefe-adjunto da delegação dessa formação política na Comissão Conjunta Político Militar (CCPM).
Em 1992, foi designado secretário das Relações Externas e mandatário deste partido para as eleições desse mesmo ano.
Foi ainda deputado da UNITA à Assembleia Nacional, entre 2004 e 2008.
Em 2012, entrou em colisão com a direcção da UNITA, saiu e fundou a CASA-CE, de que foi o primeiro presidente.
A sua participação nesta formação política, a que se fez eleger, igualmente, deputado, foi até 2019, altura em que entrou em rota de colisão com os seus pares. Tentou formar um novo partido, mas, até agora, não teve respaldo legal.
CASA-CE
O político Manuel Fernandes, de 50 anos, é o cabeça-de-lista da coligação CASA-CE nas eleições gerais de 24 de Agosto próximo.

Nascido em Quitexe, a 8 de Fevereiro de 1972, na província do Uíge, é economista, professor de profissão e pós-graduado em Agregação Pedagógica Universitária pela UPRA.
Devido ao contexto político no Uíge, na década 80, saiu da sua terra natal para Luanda, instalando-se no Cazenga, onde deu continuidade aos estudos, da 5.ª à 7.ª classe, nas escolas 1 de Junho, Óscar Ribas e Angola e Cuba.
Em 1989, matriculou-se na Escola N´gola Kiluanje, onde fez a 8.ª classe, tendo sido transferido para a Escola Karl Marx e, depois, para o IMEL, em 1995, onde concluiu o curso médio de Contabilidade e Gestão.
A sua veia política surge anos antes, em 1993, a convite de um amigo.
Embora nutrisse simpatias pelo Fórum Democrático e tivesse sido sondado pelo Partido Angolano da Juventude Operária (PAJOCA), o político abraçou a proposta do amigo Manuel Francisco e juntos fundaram o Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA).
Dias depois da legalização do PALMA, a 7 de Dezembro de 1994, aconteceu uma tragédia com o líder-fundador, Manuel Francisco, pelo que se viu obrigado a assumir a liderança da organização política então criada.
Manuel Fernandes foi ainda presidente da Coligação POC´S, criada em 1996, e 4.º vice-presidente da Assembleia Nacional, em 2019. Actualmente, é presidente da CASA-CE, deputado e membro do Conselho da República.
PRS:
O político Benedito Daniel é o candidato do Partido de Renovação Social (PRS) a Presidente da República nas eleições gerais de 24 de Agosto próximo.

Benedito Daniel nasceu a 28 Dezembro de 1961, em Saurimo, província da Lunda Sul. Apesar do seu estado civil solteiro, vive maritalmente e tem seis filhos.
Tem licenciaturas em Química, Assistência Social e em Ensino da Língua Francesa.
Desde Maio de 2017, lidera o PRS, que o elegeu no IV Congresso. Ao longo da sua carreira dentro dessa formação política, desempenhou, entre outras, as funções de secretário-geral até 2017.
Desde 2012, é, igualmente, deputado à Assembleia Nacional por esta formação política, da qual é o seu líder no Parlamento.
Candidato a Vice-Presidente
Rui Malopa Miguel é o segundo cabeça-de-lista do partido nas eleições.
Nasceu a 12 de Junho de 1970, em Saurimo, província da Lunda Sul.
Fez os seus estudos secundários na sua terra natal, até 1984, quando se mudou para Benguela, onde fez o ensino médio. Em 2008, licenciou-se em Ciências da Educação, na opção História, pala Universidade Agostinho Neto.
Em 1987, ingressou na carreira docente.
Ingressou no PRS em 1991, em Benguela, e, desde aquela data, exerceu vários cargos, designadamente de secretário municipal e provincial de Benguela, esse último de 1994 a 2017.
Membro do Comité Nacional e do Conselho Político desta formação, foi eleito secretário-geral em Junho de 2017.
FNLA:
A Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) vai concorrer às eleições gerais de 24 de Agosto próximo com o político Nimi a Simbi como cabeça-de-lista.

Filho de Fernando Simbi e de Massamba Graça, Nimi a Simbi nasceu no Bembe, província do Uíge, a 9 de Agosto de 1951.
Em 1961, fugiu com os pais para a cidade de Matadi, no Baixo Congo (RDC), onde reiniciou o ensino primário, até concluir o secundário.
Em Kissangani, ainda na RDC, formou-se em Psicologia do Trabalho, em 1979.
Fez o mestrado na Universidade Jean Piaget, em Luanda, na área de Desenvolvimento Pessoal e Social.
Em 1980, ingressou no então Ministério do Trabalho, primeiro como técnico superior, tendo, ao longo dos anos, ocupado funções como as de chefe de sector das Relações Internacionais do Trabalho (no Gabinete de Relações Internacionais), chefe do Departamento de Planificação da Força de Trabalho e director nacional do Centro de Estudos Laborais, essa última em 1985.
Foi ainda representante do Ministério do Trabalho junto da SADC, no sector da Mão-de-Obra, de 1983 a 1994.
Dedicou-se, também, à docência, tendo dado aulas no ISCED de Luanda, nas cadeiras de Estatística Dedutiva e Estatística Indutiva.
Foi um dos responsáveis pela criação do Departamento de Psicologia da Faculdade de Ciência Sociais, instituição na qual foi docente das cadeiras de Psicologia Geral, Questões Aprofundadas de Estatística, Programa de Intervenção Social, Psicologia da Violência, entre outras.
Apesar de ter mantido contacto com um núcleo da FNLA na universidade, em 1974, em Kissangani (RDC), a sua carreira política activa teve início em Luanda, em 1985, primeiro nos comités clandestinos desse partido, na capital do país.
Em 1992, com a abertura do panorama político nacional e com a vinda de Holden Roberto, ocorreu a Conferência desta formação política, na qual foi eleito membro do Comité Central e, mais tarde, do seu Bureau Político.
Foi ainda secretário nacional para os Assuntos Políticos, em 1992. Já em 2004, foi nomeado secretário-geral interino, até 2007.
Após a morte, em 2007, do líder fundador do partido, Holden Roberto, foi nomeado, em congresso, vice-presidente por Ngola Kabangu, vencedor das eleições.
Esteve como deputado da FNLA em 2008, até à ilegalização do conclave pelo Tribunal Constitucional (TC), e tomou posse como deputado do partido até à sua suspensão.
No último Congresso da FNLA, ocorrido este ano, Nimi a Simbi foi eleito presidente da formação política.
P-NJANGO:
O Partido Nacionalista para a Justiça em Angola (P-NJANGO) convidou, este domingo, taxistas, zungueiras e quitandeiras a votarem no seu candidato a Presidente da República, Dinho Chingunji, nas eleições gerais de 24 de Agosto próximo.

O convite fez parte de uma música, que preencheu o tempo de antena do P-NJANGO, na Rádio Nacional de Angola (RNA), que expressou comprometimento do partido para com os sectores da cultura, saúde e turismo.
O P-NJANGO foi legalizado pelo Tribunal Constitucional, em Maio do corrente ano, e tem estratégia às eleições três pilares fundamentais, designadamente, a segurança, a justiça e a igualdade, com perspectiva de alcançar entre 23 a 32 assentos na Assembleia Nacional.
Formado em engenharia Civil, na Southbank University, em Londres (Inglaterra), Eduardo Jonatão Samuel “Dinho” Chingunji nasceu a 7 de Setembro de 1964 e é filho de Samuel Piedoso Chingunji “Kapessi Kafundanga”, co-fundador da UNITA e primeiro chefe do Estado-Maior das extintas FALA, braço armado da UNITA.