O Banco Nacional de Angola (BNA) reduziu o coeficiente das reservas obrigatórias dos Bancos Comerciais, em moeda nacional, de 22% para 19%, este mês e até Julho chega a 17 por cento.
A decisão saiu esta terça-feira da 105ª Reunião Ordinária do Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA), realizada no Lubango, província da Huíla, tendo analisado o comportamento recente e as perspectivas dos principais indicadores económicos, com o propósito de avaliar o quadro macroeconómico e buscar soluções que contribuam para uma contínua estabilidade dos preços.
Segundo o governador do BNA, José Massano, que falava em conferência de imprensa no final dos trabalhos, pese embora as incertezas e os riscos associados ao contexto económico externo e potenciais impactos sobre a economia nacional, ainda em fase de recuperação, o actual curso da política monetária mantém-se adequado ao alcance do objectivo da inflação.
Ainda assim, segundo o responsável, face à necessidade de fortalecimento dos instrumentos de transmissão da política monetária, o CPM decidiu reduzir os níveis de imobilização financeira, iniciando o processo gradual de redução do coeficiente das reservas obrigatórias, em moeda nacional, em cinco pontos percentuais e intensificar as operações de mercado aberto.
No encontro, conforme José Massano, o CPM decidiu, igualmente, manter inalterado o coeficiente das reservas obrigatórias em moeda estrangeira em 22%, assim como as taxas básica de juro (Taxa BNA) em 20%, de facilidade permanente de cedência de liquidez em 25%, a de absorção de liquidez em 15%.
Do lado monetário, o governador do BNA enfatizou que a base monetária, em moeda nacional, manteve-se estável no mês de Abril, mas contraiu em 6,39%, em termos homólogos.
Por sua vez, o agregado monetário (M2) em moeda nacional expandiu em 4,97% no mês de Abril e 16,23% em termos homólogos.
Revelou que o stock total de crédito à economia, em moeda nacional, registou uma expansão de 1,59% no mês de Abril, tendo atingido 4,04 biliões de kwanzas, o que levou a uma expansão de 10,93% em termos homólogos.
A respeito do mercado cambial, o gestor do Banco Central angolano, disse que foram transaccionados 1,08 mil milhões de dólares norte-americanos, um aumento de 14,20%, comparativamente aos 944,10 milhões do mês de Março, sendo que a moeda nacional manteve a tendência de apreciação, face ao dólar norte-americano, tanto em termos reais como nominais, reflexo da melhoria dos termos de troca.
Explicou que no mês de Abril, a taxa de câmbio situou-se em USD/AOA 405,62 contra USD/AOA 446,44 do mês anterior, o que representou uma apreciação mensal de 10,06% e acumulada no ano para 36,82%.
Os dados preliminares da Balança de Pagamentos, conforme a fonte, indicam que no final de Abril último, a conta de bens registou um superavit acumulado de 11,59 mil milhões de dólares norte-americanos, um aumento de 87,94%, comparativamente a igual período de 2021 (6,17 mil milhões de dólares norte-americanos), reflexo do aumento do valor das exportações em 65,61% superior ao aumento de 25,40% ocorrido nas importações.
Quanto ao stock das Reservas Internacionais, no final do mês de Abril, Massano fez saber que situaram-se em 15,34 mil milhões de dólares norte-americanos, acima dos 14,40 mil milhões de dólares norte-americanos registado em Março de 2022, o que corresponde a uma cobertura de 10,10 meses de importações de bens e serviços.
A próxima reunião ordinária do Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola realizar-se-á no dia 29 de Julho de 2022, na província de Cabinda.
Lusa