A Emis, que opera as caixas e terminais de pagamento automático em Angola, vai reforçar mecanismos de segurança do canal digital Multicaixa Express, com 350 milhões de transacções no ano passado e que tem sido alvo de burlas frequentes.
Segundo o administrador-executivo da Emis, Pedro de Abreu, o Multicaixa Express é uma ferramenta muito utilizada no país, e teve um crescimento exponencial “muito grande”.
“Há três anos tivemos 1,5 milhões de transações, no ano passado tivemos 350 milhões de transações. Estamos a falar de uma subida muito, muito, considerável”, frisou Pedro de Abreu, no Fórum de Inclusão Financeira para o Desenvolvimento.
O responsável admitiu que, no último mês, registaram-se preocupações relativas a questões de segurança do Multicaixa Express, e nesse sentido a empresa vai, nos próximos tempos, lançar mais validações, melhorar o processo de aprovação das operações, com mais mensagens de validação.
“Por exemplo, de x em x utilizações vai ter que receber um código no telefone para garantir que é a pessoa, vamos tentar validar a origem dos códigos, vamos acertar os limites de utilização”, indicou.
“É muito importante que se diga que este compromisso de segurança e conveniência é um compromisso difícil. Se calhar, conseguiríamos trancar a fraude não tendo Multicaixa Express, mas precisamos desse tipo de ferramentas e, portanto, temos que fazer um equilíbrio entre a segurança e a conveniência”, acrescentou Pedro de Abreu.
O responsável destacou que a fraude nos meios de pagamento é um fenómeno global, também porque o número de iniciativas digitais tem sido cada vez maior.
“Temos de facto um conjunto de medidas que eu penso que vão ajudar a diminuir essa questão da fraude, ela não vai desaparecer, nós não estamos a corrigir falhas do sistema, nós vamos é tornar os processos de validação e de utilização da ferramenta mais resilientes e menos propensos a fraudes”, vincou.
No início deste mês, a Emis emitiu um comunicado onde dava conta da ocorrência de burlas no Multicaixa Express, através do envio de mensagens aos utentes com o objetivo de retirar dados pessoais e códigos de acesso dos utilizadores.
Lusa