A guerra entre a Ucrânia e a Rússia está a entrar numa “fase prolongada”, com Moscovo à procura do controlo total da região do Donbass e da ocupação do sul, realçou esta terça-feira o ministro da Defesa ucraniano.
“A Rússia está a preparar-se para uma operação militar de longo prazo. A guerra está a entrar numa fase prolongada”, salientou Oleksiy Reznikov, numa declaração aos ministros da Defesa da União Europeia (UE) e ao secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
Oleksiy Reznikov referiu que as forças russas estão atualmente a fortalecer as suas posições nos territórios que ocupam nas regiões de Zaporizhia e Kherson, para “entrarem em modo defensivo, se necessário”.
“Atualmente, os principais esforços do Kremlin [presidência russa] estão focados em tentativas de cercar e destruir a consolidação das forças armadas ucranianas nas regiões de Donetsk e Lugansk”, no leste do país, em parte nas mãos de separatistas pró-Rússia, analisou ainda.
O ministro da Defesa ucraniano também apontou como objetivo de Moscovo a “criação de um corredor terrestre que ligue a Rússia à Crimeia”, península anexada pela Rússia em 2014, bem como a ocupação de “todo o sul da Ucrânia”.
No discurso divulgado na rede social Facebook, Oleksiy Reznikov pediu aos aliados ocidentais da Ucrânia uma maior coordenação nas entregas de armas a Kiev “para libertar os territórios ucranianos o mais depressa possível”.
No relatório diário, o Ministério da Defesa da Ucrânia salientou que as forças russas estão a realizar “ofensivas ao longo de toda a linha de contato” na região de Donetsk e parcialmente na região vizinha de Lugansk.
Durante esta terça-feira, sete civis morreram e seis ficaram feridos em ataques russos na região de Donetsk, segundo revelou o governador, Pavlo Kyrylenko, na rede social Telegram.
Em Lugansk, as forças russas estão a tentar romper perto de Popasna e na direção de Severodonetsk, uma das principais cidades da região sob controlo ucraniano, realçou, por sua vez, o governador daquela região, Sergei Gaïdaï.
Moscovo “intensificou os bombardeamentos contra a população civil naquela região, em particular em Girské, acrescentou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, tendo a invasão sido foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa