Segunda-feira, 23 de Dezembro, 2024

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Médicos angolanos suspendem greve: “O lado humano falou mais alto”

O Sindicato Nacional dos Médicos de Angola anunciou esta terça-feira a suspensão da greve iniciada a 21 de março, devido ao elevado índice de mortalidade nos hospitais desde o início da paralisação.

Em entrevista concedida à DW África, o presidente do SINMEA, Adriano Manuel, disse que o governo não deu ouvido as reclamações dos médicos, não obstante, o sindicato decidiu suspender a greve devido ao elevado índice de mortalidades em quase todos os hospitais.

“Tivemos que levantar a greve porque observámos um silêncio e uma certa insensibilidade por parte do Governo de Angola, aliados ao facto de, com a greve, haver um elevado índice de mortalidade nos hospitais”.

“O nosso lado humano falou mais alto e achámos que devíamos [suspender o protesto] para permitir que o Governo voltasse à mesa negocial e, desta forma, diminuirmos a mortalidade que estava a acontecer nos hospitais”, esclareceu Adriano Manuel.

O presidente do SINMEA denunciou ainda a contratação por parte do governo de médicos sem experiência.

“Vale realçar que o Governo contratou novos médicos, médicos sem experiência absolutamente nenhuma, ou com pouca experiência, alguns sem médicos experientes ao seu lado, e estava a aumentar a mortalidade em quase todos os hospitais de Angola”.

Adriano Manuel garantiu que a classe vai a discutir o aumento de 6%, que não satisfaz a classe médica.

Quanto a melhoria das condições de trabalho nos hospitais, Adriano Manuel lamentou que o governo não fez absolutamente nada e que em alguns casos as condições de trabalho pioraram.

“Infelizmente, até agora, não nos foi dito absolutamente nada em relação à melhoria das condições de trabalho. O que temos estado a observar é que as condições vão piorando a cada dia que passa. O Governo ficou praticamente quatro meses sem dar dinheiro a nenhum hospital e, por essa, via também tivemos um elevado índice de mortalidade nos hospitais”.

Profissionais de saúde, de todo o país, estavam em greve há cinco semanas. Exigem a melhoria das condições de trabalho, aumentos salariais, o pagamento de subsídios e segurança, entre outros pontos.

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