Os corpos de 57 pessoas foram encontrados numa vala comum na cidade de Busha, recapturada recentemente pelos ucranianos ao exército russo, afirmou o chefe da proteção civil local à agência France-Presse.

A agência de notícias France-Presse esteve no local, relatando que eram visíveis uma dúzia de cadáveres, alguns apenas parcialmente enterrados.
“Aqui nesta longa vala, estão enterradas 57 pessoas”, afirmou o chefe da proteção civil local, Serhii Kaplytchny, que organizou a retirada dos corpos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, já tinha denunciado hoje um “massacre deliberado” na cidade de Busha, onde muitos cadáveres estão a ser descobertos.
“O massacre de Busha foi deliberado. Os russos querem eliminar o maior número possível de ucranianos. Devemos prendê-los e expulsá-los. Exijo novas sanções devastadoras do G7 AGORA”, publicou o ministro na rede social Twitter.
Violência em Busha é “um murro no estômago” e “deve parar” – Blinken
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, considerou hoje que a violência atribuída às forças russas em Busha, na região de Kiev, é “um murro no estômago” e “deve parar”.
“Não podemos normalizar isto. Esta é a realidade do que está a acontecer todos os dias, enquanto a brutalidade da Rússia contra a Ucrânia continuar”, disse Blinken à CNN, reafirmando que os Estados Unidos irão contribuir para “documentar” possíveis “crimes de guerra” para que os agressores sejam responsabilizados.
No entanto, recusou-se a dizer se considera que estes são “crimes contra a humanidade” ou mesmo atos de “genocídio”.
Antony Blinken afirmou ainda que a Rússia tinha, desde o início, três objetivos com a invasão da Ucrânia.
“O primeiro era subjugar a Ucrânia e tirar a sua soberania e independência; o segundo era afirmar o poder russo; o terceiro era dividir o Ocidente e a NATO”, sustentou.
Macron quer que autoridades russas respondam por crimes em Busha
O Presidente francês, Emmanuel Macron por sua vez defendeu que as autoridades russas “devem responder por estes crimes”.
“As imagens que nos chegam de Busha, cidade nos arredores de Kiev que foi libertada, são insustentáveis”, escreveu o Presidente francês no twitter.
Macron referiu, concretamente, as “centenas de civis encontrados nas ruas, assassinados”.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Liz Truss, também denunciaram hoje os “atos revoltantes” e as “atrocidades” cometidas pelo Exército russo em Busha e na região de Kiev.
A causa de sua morte não pode ser determinada imediatamente, mas uma pessoa tinha um grande ferimento na cabeça, adiantam.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.325 civis, incluindo 120 crianças, e feriu 2.017, entre os quais 168 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa