As autoridades angolanas vão aplicar, até ao início do próximo ano, cerca de USD 150 milhões para a reabilitação e a ampliação do Hospital Américo Boavida (HAB), deu a conhecer esta sexta-feira, em Luanda, o responsável adjunto da Sinohydro Angola, Eurico Cândido Chow.

Em declarações à imprensa no final de uma visita que o Presidente da República, João Lourenço, efectuou à unidade hospitalar, acompanhado por vários membros do Executivo, Eurico Cândido Chow referiu que as datas exactas para o início dos trabalhos ainda estão por definir, uma vez que dependem do visto do Tribunal de Contas.
No entanto, salientou a urgência da reabilitação das infra-estruturas principais da unidade hospitalar, num projecto que prevê igualmente a construção de novos blocos.
Por este motivo, deu a conhecer que existem já garantias de financiamentos por parte de bancos europeus e trabalha-se, com o ministério das Finanças, para que até final de Janeiro de 2022 possam dar início aos trabalhos.
Referiu igualmente que o grande desafio da construtora será o de garantir que, ao mesmo tempo em que decorrem as obras, estejam em funcionamento a maior parte dos serviços.
Por sua vez, o directo geral do Hospital Américo Boavida, Mário Fernandes, deu a conhecer que a ideia é, nos casos em que esta mudança seja necessária, transferir alguns serviços para outras unidades, sobretudo aquelas que foram recentemente inauguradas.
“É lógico que esta unidade não pode encerrar definitivamente, por estarmos numa zona que é central, mas alguns serviços de especialidade terão de sair para que amanhã possamos ter um hospital maior e melhor”, argumentou.
Mário Fernandes disse ainda que, em função do mau estado de algumas áreas da unidade hospitalar, houve uma diminuição da capacidade do hospital, pelo facto de terem de fechar algumas enfermarias e serviços, em função de riscos de desabamentos e infiltrações.
Em relação à greve dos médicos, que decorre ao nível nacional, argumentou que, sob o ponto de vista das consultas externas e dos serviços de ambulatório, a mesma tem tido um impacto muito grande, apresentando como exemplo o facto de, para os últimos dias, a unidade ter previsto a volta de 900 consultas, mas que até agora apenas 130 foram realizadas.
“Esperamos que a situação se resolva e possamos fazer aquilo que mais gostamos, que é cuidar dos nossos pacientes”, concluiu.
O HAB foi fundado em 1958 como Hospital de São Paulo, inicialmente indicado para tratamento de casos de acidentes de trabalho.
Entre 1968 e 1969 passa por uma reforma para funcionar, basicamente, como “hospital docente” dos Estudos Gerais Universitários de Angola.
Após a independência nacional, em 1975, as porções do hospital docente, que ainda estavam inseridas no Hospital Josina Mache,l foram finalmente transferidas e fundidas ao Hospital São Paulo, recebendo o nome “Hospital Universitário Américo Boavida”.
A unidade tem capacidade total de internamento para 800 camas, parte destas nos bancos de urgência de medicina, com 50, de pediatria, 40, cirurgias, 30, e a Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), com 15.
Conta com mais 300 trabalhadores e 173 médicos, entre angolanos e estrangeiros (os expatriados são maioritariamente cubanos). Tem quase todas as especialidades, excepto as de otorrinolaringologia e oftalmologia.
Angop