O Presidente da República disse hoje que a economia angolana deve crescer no próximo ano, mas esse crescimento depende do combate à pandemia de covid-19, lembrando que o país ainda está longe das metas de vacinação desejáveis.
“Em 2017, a nossa economia já não estava bem, o nível de endividamento era bastante grande e, como se não bastasse, logo a seguir veio esta pandemia que a todos afetou. Mas devo dizer que, não obstante a pandemia, Angola está a sair bem”, afirmou João Lourenço, num debate virtual com Marcelo Rebelo de Sousa, no âmbito do Fórum Euro-África.
“Fizemos um acordo com o Fundo Monetário Internacional, que vai terminar agora, em dezembro do corrente ano. Nós estamos satisfeitos com os resultados deste mesmo acordo, e pensamos que o FMI, de igual forma, está satisfeito. E a tendência, em princípio, é para a nossa economia começar a crescer a partir do próximo ano”, adiantou Lourenço.
Porém, salvaguardou:”Crescerá mais rápido quanto mais cedo nós conseguirmos sairmos desta situação da covid-19″.
A propósito do combate à pandemia o chefe de Estado angolano salientou que o país já passou por várias fases “nas quais se saiu bem”. Mas está “agora naquela etapa em que a vitória será alcançada” se conseguir “vacinar o maior número possível de cidadãos”, sublinhou.
“Temos vacinados cerca de um terço da população do país elegível para apanhar a vacina”, referiu, acrescentando que a população abrangida “é de 20 milhões de habitantes, dos quais exatamente 5.544.226 cidadãos estão vacinados com pelo menos uma dose, sendo que desses, 1.330.301 já têm as duas doses”.
“Portanto, estamos muito longe de atingir o nível de satisfação”, reconheceu João Lourenço.
O Presidente recordou que a meta estabelecida por Angola era “vacinar cerca de 60% da população elegível até dezembro deste ano”, considerando que o resto do caminho seria para percorrer “no primeiro trimestre, ou talvez, durante todo o primeiro semestre do próximo ano”.
O debate entre os Presidentes da República português e angolano, em formato digital, foi o ponto alto da 4.ª edição do Fórum Euro-África, que começou na quarta-feira e terminou hoje, numa iniciativa do Conselho da Diáspora Portuguesa, presidido por António Calçada.
O Conselho da Diáspora Portuguesa é uma rede mundial portuguesa fundada em 2012 e que tem como principal objetivo a valorização da marca, imagem e reputação de Portugal. Atualmente conta com 90 conselheiros, que trabalham em diferentes campos, desde a cultura à economia, passando pela cidadania e ciência.
Estes conselheiros estão espalhados por 27 países, 47 cidades e cinco continentes.
O debate centrou-se na cooperação entre Europa e África, e nas relações económicas entre os dois continentes.
A agenda do fórum incluiu sete painéis: Perspetivas sobre Economia para a Europa e África após o Acordo de Comércio Livre, Trabalho Digital e Plataformas e Tecnologias Digitais, A Revolução da ID Digital, Abrir caminho para o Crescimento Verde e Transições Inclusivas, Cultura e Mercado, e Media e Digitalização.
Entre os oradores estiveram empresários, ativistas, líderes, decisores públicos e privados, e outros agentes que deram o seu contributo para o diálogo entre a África e a Europa.
Lusa