O líder da bancada parlamentar da CASA-CE, segunda maior força da oposição angolana, considerou hoje o discurso sobre o estado da nação do Presidente da República, João Lourenço, “muito fastidioso, que não se adequa à forma de governação moderna”.
Alexandre Sebastião André reagiu, em declarações à agência Lusa, ao balanço feito pelo Presidente angolano sobre o estado da nação, na cerimónia de abertura do novo ano legislativo.
Para o presidente do grupo parlamentar da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), o discurso não atendeu a toda a expectativa dos cidadãos, realçando que o país está a caminhar para as eleições gerais, havendo na agenda política as eleições autárquicas, para as quais é necessário encontrar-se o calendário.
“Porque tendo em consideração o processo da descentralização do poder político a realização das autarquias locais constitui uma das prioridades justamente para podermos fazer a aproximação da governação aos munícipes. Não tendo havido ainda a calendarização atiramos outra vez para um futuro incerto a aproximação desta governação”, disse.
Por outro lado, o deputado criticou a prioridade dada nesta altura à divisão administrativa, opinando que a criação de novos governos provinciais “é apenas um embaraço na realização dos grandes problemas da população”.
“Entendemos que não é com a criação de novos governos provinciais, isto é, de novas províncias, que a gente vai fazer jus aos grandes problemas da população. É sim a transferência de poderes para os municípios, aí sim, e mais abertura das vias de comunicação, que também tem sido um empecilho na mobilidade das pessoas”, afirmou.
Alexandre Sebastião André reiterou que a prioridade atual em Angola não é criação de novas províncias, mas sim a criação das autarquias locais, e a abertura das vias de comunicação para poder assegurar a mobilidade e a facilidade da deslocação para os diferentes municípios.
Lusa