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Herói do filme “Hotel Ruanda” declarado culpado de terrorismo

Paul Rusesabagina, ex-gerente do hotel ‘Mille Collines’ cuja história inspirou o filme “Hotel Ruanda” sobre o genocídio em Ruanda e que se tornou um crítico ferrenho do regime de Paul Kagame, foi declarado culpado de “terrorismo”, anunciou nesta segunda-feira (20) o tribunal de Kigali.

“Fundou uma organização terrorista e contribuiu economicamente para atividades terroristas”, afirmou a juíza Beatrice Mukamurenzi sobre o caso de Rusesabagina por seu suposto apoio à Frente de Libertação Nacional (FLN), um grupo rebelde acusado de executar ataques fatais em 2018 e 2019 no Ruanda.

O tribunal ainda precisa anunciar a setença correspondente.

Rusesabagina, que usou seu prestígio para denunciar o presidente ruandês Paul Kagame como ditador, foi detido em agosto de 2020 quando um avião que ele acredita que seguia para o Burundi pousou em Kigali.

A família afirma que Rusesabagina foi sequestrado e alega que as nove acusações contra ele, incluindo terrorismo, são uma vingança do governo por suas críticas.

Kagame rejeita as críticas sobre o caso. Ele declarou que Rusesabagina está detido não por sua fama, e sim pelas vidas perdidas “devido a suas ações”.

O julgamento contra Rusesabagina e outras 20 pessoas começou em fevereiro, mas o réu, que tem nacionalidade belga e reside nos Estados Unidos, boicotou o processo desde março, ao acusar o tribunal de “arbitrariedade e falta de independência”.

Estados Unidos, que concederam a Rusesabagina a Medalha Presidencial da Liberdade em 2005, o Parlamento Europeu e a Bélgica expressaram preocupações com a legitimidade do julgamento.

AFP

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