Segunda-feira, 23 de Dezembro, 2024

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Missão militar da SADC promete “neutralização da crueldade do terrorismo”

O comandante da missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) prometeu hoje o compromisso da “neutralização da crueldade do terrorismo” para a restauração da paz em Cabo Delgado, norte de Moçambique.

“Com o mandato que hoje se inicia, a SADC está a assumir a responsabilidade de apoiar o país irmão Moçambique a neutralizar e estacar a crueldade do terrorismo imposta ao povo moçambicana”, afirmou o sul-africano Xolani Mankayi, comandante da Força em Estado de Alerta.

Mankayi falava durante o lançamento oficial da Força em Estado de Alerta da SADC, hoje na cidade de Pemba, capital da província de Cabo Delgado.

A missão militar da SADC, prosseguiu, vai empenhar-se na expulsão e eliminação do terrorismo e do extremismo violento do território moçambicano, para que as populações possam voltar a casa e retomar a sua vida.

“O nosso mandato é a reposição da ordem e segurança, para que as populações possam viver em paz”, destacou o comandante da Força em Estado de Alerta da SADC, que tem a patente de major-general.

A criação de condições para a assistência humanitária às vítimas da violência armada em Cabo Delgado é também uma das funções dos militares da África Austral, acrescentou Xolani Mankayi.

Mankayi assegurou que a missão militar da SADC (Samim, na sigla em inglês) vai atuar em estreita colaboração com as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas e o contingente militar do Ruanda, cuja presença tem sido preponderante nos ganhos registados nas últimas semanas contra os grupos armados.

O comandante da Força em Estado de Alerta da SADC assinalou que a missão tem uma duração de três meses prorrogáveis em função da “evolução da situação operacional”.

O gabinete da Presidência da República de Moçambique avançou no domingo, em comunicado, que o contingente militar da SADC integra as forças de defesa e segurança da África do Sul, Botsuana, Angola, Lesotho e Tanzânia, nas especialidades de forças terrestres, navais, aéreas, informações, logística, entre outras.

Não é publicamente conhecido o número de militares que a organização enviou a Moçambique, mas peritos da SADC, que estiveram em Cabo Delgado, já tinham avançado em abril que a missão deve ser composta por cerca de três mil soldados. 

As FDS moçambicanas contam, desde o início de julho, com o apoio de mil militares e polícias do Ruanda para a luta contra os grupos armados, no quadro de um acordo bilateral entre o Governo moçambicano e as autoridades de Kigali. 

O Ministério da Defesa de Moçambique confirmou no domingo a reconquista da vila de Mocímboa da Praia pelas forças conjuntas moçambicanas e ruandesas, avançando que os combates continuam para a “consolidação das zonas que prevalecem críticas”.

“As forças conjuntas de Moçambique e Ruanda controlam a vila de Mocímboa da Praia, desde as 11:00 [10:00 de Lisboa] de 08 de agosto de 2021”, declarou o porta-voz do Ministério da Defesa de Moçambique, Omar Saranga, em conferência de imprensa.

Antes, o Ministério da Defesa do Ruanda já tinha anunciado num tweet a recuperação da vila portuária de Mocímboa da Praia, numa operação conjunta com as FDS moçambicanas.

Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Na sequência dos ataques, há mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.

Lusa

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