A UNITA acusou hoje o MPLA, no poder desde 1975, de “se servir da propaganda miserável, enquanto mecanismo privilegiado para conservar o poder político”, e de “usar dinheiro público para comprar adversários políticos”.
Num comunicado do secretariado executivo do comité permanente da comissão política, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido na oposição angolana, considera que o país regista um “perigoso retrocesso” do Estado democrático e de direito.
Segundo a UNITA, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) “criou gabinetes de propaganda institucional e de ação psicológica que atentam o direito e as leis da República, ferem a democracia e o Estado de direito”.
“Usam de dinheiros públicos para servir o partido que governa e no dia-a-dia praticam atos de terrorismo de Estado, atentando a harmonia e a paz”, lê-se no comunicado.
No seu olhar à atual situação sociopolítica de Angola, a UNITA considera que o país “tem fome, está miserável e todos os domínios da vida e a alternância é uma necessidade de todos os cidadãos”.
A UNITA considera que a “oligarquia que capturou o Estado, há 46 anos, roubou e continua a roubar Angola, desgraçou e continua a desgraçar os angolanos, atira-se desesperada e deliberadamente contra o seu presidente, Adalberto Costa Júnior, na tentativa de desestabilizar e ofuscar a sua liderança”.
Para esbater a polémica sobre a nacionalidade do seu líder, o secretariado executivo do comité permanente da comissão política da UNITA reafirma que Costa Júnior “renunciou e perdeu a nacionalidade portuguesa adquirida” como aferem os “processos examinados” pelo Tribunal Constitucional angolano.
Na nota considera-se igualmente que a gestão do Presidente angolano, João Lourenço, está a “destruir as difíceis conquistas do período da paz”, através de “uso abusivo dos órgãos estatais de comunicação social transformados em instrumentos de propaganda política”.
A “falta de clarificação da institucionalização das autarquias locais, a demissão do Estado da sua função social, nomeadamente o descaso das consequências da seca, fome, penúria, quando são desviadas malas de milhões de dólares” são também apontados pela UNITA como fatores que “destoem as conquistas da paz”.
Para a UNITA, “cresce a nível de Angola a intolerância política como o objetivo de instalar o medo visando perpetuar-se no poder” e “persiste no país a seletividade” no processo de combate à corrupção.
“A ampla frente para a alternância do poder, liderada pela UNITA, é a esperança que alimenta hoje a alma dos angolanos”, adianta ainda o comunicado.
Lusa