O Governo são-tomense reuniu hoje os parceiros de cooperação para pedir apoio financeiro e material para a realização das eleições presidenciais de 18 de julho, tendo os diplomatas presentes prometido “levar a preocupação aos seus governos”.

“É uma grande preocupação para o Governo e para todos nós os diplomatas representantes dos países amigos de são Tomé e Príncipe e acho que nós temos que fazer chegar essa preocupação aos nossos governos para vermos como podemos ajudar São Tomé e Príncipe para o êxito deste processo eleitoral”, disse Paulino Bololo, da Guiné Equatorial e decano dos embaixadores residentes em São Tomé e Príncipe.
Num encontro que decorreu nas instalações do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidade, os representantes do corpo diplomático prometeram levar as suas preocupações às autoridades dos seus países.
Neste encontro, presidido pelo ministro da Defesa e Ordem interna, Óscar Sousa, acompanhado pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Reforma do Estado e Descentralização, o Governo disse que devido à pandemia de covid-19, tem “enfrentado dificuldades económicas e financeiras” para garantir a realização das eleições presidenciais.
“Os efeitos provocados pela covid-19 faz com que o Governo enfrente dificuldades acrescidas e isso cria alguma dificuldade para a realização das eleições”, afirmou Óscar Sousa, que substitui a ministra dos Negócios Estrangeiros no cargo.
O Governo diz ter feito já “grandes esforços” financeiros para garantir a realização do recenseamento eleitoral, orçado em 900 mil euros.
O executivo explicou aos diplomatas que para a realização do ato eleitoral a Comissão Eleitoral Nacional (CEN) necessita de mais um milhão e 80 mil euros, por isso a “contribuição da comunidade internacional é essencial” para a realização do escrutínio.
Esta reunião surgiu na sequência de uma orientação do representante especial para a África Central do secretário-geral das Nações Unidas, François Fall, que concluiu quinta-feira uma série de encontros com as autoridades do arquipélago sobre o processo eleitoral no país.
O último desses encontros foi com o ministro dos Assuntos Parlamentares, Reforma do Estado e Descentralização, Cílcio Santos, a quem François Fall recomendou que o executivo deveria lançar o apelo aos doadores.
A dois meses das eleições presidenciais, marcadas para 18 de julho, perto de uma dúzia de políticos já formalizaram a sua candidatura, mas vários outros já anunciaram a intenção de entrar na corrida ao ‘Palácio Cor de Rosa’, incluindo pelo menos cinco militantes do MLSTP-PSD, partido no Governo.
Lusa