A embaixadora dos Estados Unidos da América (EUA), Nina Maria Fite, garantiu, esta sexta-feira (19), ao Programa Manhã Informativa da Rádio Nacional de Angola, que a Administração Biden vai dar todo o apoio ao Presidente João Lourenço, no combate à corrupção em Angola e que os “Estados Unidos da América estão com Angola neste esforço para alcançar esses objetivos”.
A entrevista exclusiva de Nina Maria Fite à RNA, aconteceu em meio às revelações feitas pela consultora Pangea Risk, segundo as quais, o Presidente João Lourenço e um grupo próximo ao círculo presidencial, incluindo a primeira-dama Ana Dias Lourenço, estariam a ser investigados nos EUA por alegadas práticas de corrupção, fraude e peculato.
Questionada sobre como o Estados Unidos encaram as reformas em curso em Angola, o combate à corrupção, a impunidade e que apoios tem prestado neste sentido, Nina Fite respondeu que “o empenho do Presidente João Lourenço no combate à corrupção é um sinal positivo para os investidores estrangeiros. O governo angolano promulgou leis e simplificou práticas que irão gerar ainda mais interesse no setor privado dos Estados Unidos em oportunidades de comércio e investimentos em Angola”, considerou.
“A promulgação destas leis é um passo crucial, no entanto, o maior desafio e os esforços sustentados mais difíceis, está na aplicação continua destas novas leis e procedimentos, aguardamos com expectativa, a colaboração para o reforço da capacidade de Angola no cumprimento dos requisitos da Lei de Práticas de Corrupção dos Estados Unidos, que rege a forma como as empresas americanas devem desenvolver negócios no estrangeiro”, reforçou.
“Para apoiar a luta do Governo angolano contra a corrupção, os Estados Unidos prestaram assistência técnica e orientações a muitas instituições angolanas no combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo”, disse a chefe da missão diplomática americana em Angola.
Os EUA realizaram, igualmente, programas para reforçar a gestão das finanças públicas angolanas, a capacidade de supervisão da Assembleia Nacional, bem como melhorar as políticas e procedimentos da instituição suprema de auditorias de Angola.
“Em dezembro de 2020, por exemplo, representantes das principais empresas americanas que trabalham em África, reuniram-se virtualmente com o Presidente João Lourenço. O grupo discutiu o clima empresarial em Angola, a diversificação da economia e do comércio americano. Essas empresas fazem parte de um grupo de empresas que aconselham o presidente dos Estados Unidos sobre formas de reforçar o envolvimento comercial entre os Estados Unidos e países africanos, Angola tem atraído uma atenção positiva pelos seus esforços para melhorar o ambiente empresarial e os Estados Unidos da América estão com Angola neste esforço de cumprir as suas promessas de alcançar esses objetivos“, revelou Nina Fite.
Nina Fite afirmou que, historicamente, os EUA têm sido um dos maiores contribuintes bilaterais para o desenvolvimento de Angola, com quase 40 milhões de dólares anuais em assistência nas áreas de saúde e de desminagem, que beneficiam, diretamente, o povo angolano. Só isso, isso, sublinhou, é o testemunho que “a nossa relação com Angola cresceu tremendamente, desde que estabelecemos relações diplomáticas, há 27 anos”.
Os Estados Unidos, disse, estão empenhados em expandir os fortes laços bilaterais com foco no comércio e investimentos mútuos. “Trabalhando em conjunto, devemos ajudar as empresas de ambos os países a exportar mais”, defendeu.