Os imigrantes ilegais e indocumentados no Reino Unido terão o direito de ser vacinados gratuitamente contra a covid-19 sem necessidade de provarem o direito de residência, anunciou hoje o Governo britânico.
“As vacinas contra o coronavírus serão oferecidas gratuitamente a todos os que vivem no Reino Unido, independentemente de seu estatuto de imigração. Os que estão registados com um médico de família serão contactados o mais rápido possível e estamos a trabalhar em estreita colaboração com parceiros e organizações externas para contactar aqueles que não estão registados e garantir que tenham acesso à vacina”, disse um porta-voz.
O Ministério do Interior tem acesso a determinados dados relativos a pacientes registados em centros de saúde do sistema nacional, mas o Governo disse aos funcionários que a vacinação, assim como os testes e o tratamento para o coronavírus, não estariam sujeitos a controlos de vistos.
A organização que representa os médicos, a British Medical Association, pediu a suspensão da transmissão de informações sobre os imigrantes durante a pandemia, e uma comunicação “clara e ampla” desta medida.
“Para que a campanha de vacinação seja um sucesso, é fundamental que o maior número possível de pessoas seja vacinado”, disse o diretor da comissão de ética da ordem dos médicos, John Chisholm, à AFP, mostrando-se preocupado com o impacto da pandemia nas minorias étnicas no Reino Unido.
O país já registou mais de 112.000 mortes desde o início da pandemia, o maior número de mortes na Europa e o quinto a nível mundial.
Uma campanha de vacinação de grande escala, que envolve o exército e milhares de voluntários, já permitiu administrar uma primeira dose a mais de 12 milhões de pessoas, mas as autoridades temem que certas categorias da população não sejam vacinadas por desconfiança, especialmente entre as minorias.
Algumas estimativas indicam que o número de imigrantes sem documentos no Reino Unido chega a 1,3 milhões de pessoas.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.316.812 mortos no mundo, resultantes de mais de 106 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.