Pelo menos seis pessoas morreram na sequência do sismo que hoje atingiu a Croácia, com graves danos em particular na região centro do país, segundo um novo balanço das autoridades locais.
O anterior balanço tinha confirmado uma vítima mortal, uma menina de 12 anos, na cidade de Petrinja (centro).
“Com tristeza informamos das mortes de uma menina em Petrinja e de cinco rapazes em Majske Poljane”, publicou o Ministério do Interior croata na rede social Twitter.
As autoridades croatas, que também confirmaram pelo menos 20 pessoas feridas em Petrinja (duas em estado grave), informaram ainda que prosseguem os trabalhos para tentar resgatar cidadãos que possam estar debaixo de escombros.
O sismo de magnitude 6,4 na escala de Richter (segundo os valores do Serviço Geológico dos Estados Unidos — USGS) que hoje atingiu a Croácia teve um particular impacto na cidade de Petrinja e em localidades vizinhas, onde muitos edifícios e casas ficaram danificados ou colapsaram.
“As vítimas estão nestas casas”, afirmou Branka Mitic, a vice-presidente da câmara da cidade de Glina (próxima de Petrinja), em declarações à estação de televisão regional N1, enquanto mostrava os escombros de duas casas que desabaram na aldeia de Majske Poljane, nas imediações de Glina.
“Ainda estão a retirar pessoas dos escombros em Majske Poljane. Há muitos escombros e é possível que existam mais vítimas”, disse a autarca.
A aldeia de Majske Poljane, que conta com cerca de 200 habitantes, está sem eletricidade e água potável.
Também Petrinja, cidade com cerca de 20 mil habitantes, está sem eletricidade.
A autarca pediu que seja fornecida ajuda a estas pessoas desalojadas, argumentando que estas não podem passar a noite ao relento e num lugar marcado pela destruição.
“Pedimos ajuda urgente. Precisamos de tudo: contentores de alojamento, mantas, comida, medicamentos, médicos, tudo”, reforçou Branka Mitic.
De acordo com o USGS, o sismo de magnitude 6,4 foi registado às 12:19 (11:19 em Lisboa) a uma profundidade de 10 quilómetros.
O epicentro foi a cerca de 50 quilómetros a sudeste da capital da Croácia, Zagreb, a 2,9 quilómetros a sul-sudeste de Petrinja e a 8,7 quilómetros a sudoeste de Sisak.
A mesma zona já tinha sido abalada por um sismo de magnitude 5,2 na segunda-feira, situação que também tinha provocado o pânico entre a população local.
Depois do sismo de hoje, sentiram-se duas réplicas, ambas com mais 4,0 de magnitude, segundo o Instituto Sismológico da Croácia.
Outras fontes, como foi o caso do Centro Sismológico Europeu-Mediterrâneo, atribuíram ao sismo de hoje uma magnitude entre 6,2 e 6,3 na escala de Richter.
A agência France-Presse (AFP) relatou hoje à tarde que muitos habitantes de Petrinja vão passar a noite ao relento por medo de possíveis réplicas.
O presidente da câmara de Petrinja, Darinko Dumbovic, declarou, entretanto, que os danos ainda estavam a ser avaliados.
Um infantário, que estava vazio na altura do abalo, encontra-se entre os vários edifícios destruídos em Petrinja.
“A cidade não é mais que um campo de ruínas. Existe um pânico generalizado”, comentou Darinko Dumbovic.
O tremor de terra, que foi sentido também em vários outros países como Eslovénia, Sérvia, Bósnia-Herzegovina, Áustria e Hungria, motivou ainda a suspensão do funcionamento de uma central nuclear eslovena “por precaução”, segundo disse uma porta-voz da central de Krsko à AFP.
“Estamos prontos a ajudar”, reagiu, entretanto, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, através da rede social Twitter, perante a situação que está a atingir a Croácia, Estado-membro da União Europeia (UE) desde 2013.
“Os nossos pensamentos estão com os feridos e com os socorristas”, afirmou, por sua vez, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.