O Presidente eleito dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, disse hoje que ainda há “obstáculos” ao processo de transição entre administrações, em particular no que diz respeito ao Pentágono e ao Gabinete de Gestão e Orçamento.
“Encontrámos obstáculos por parte das lideranças políticas do Departamento da Defesa e do Gabinete de Gestão e Orçamento. A verdade é que muitas agências que são fulcrais para a nossa segurança sofreram danos enormes, muitas das quais foram esvaziadas de pessoal e de moral”, lamentou Biden, através de um discurso transmitido através da rede social Twitter, a partir de Wilmington, no Delaware.
O Presidente eleito acrescentou que a equipa responsável pela transição entre a administração do Presidente cessante, o republicano Donald Trump, e a de Biden ainda não tem “toda a informação” de que necessita em “áreas-chave para a segurança” do país.
“Não é nada mais do que, na minha perspetiva, irresponsável”, prosseguiu o democrata.
Joe Biden disse também que vai ser preciso reformular o Departamento da Defesa e “modernizar as prioridades” do Pentágono, em vez de “continuar a investir em excesso em sistemas” feitos para lidar “com ameaças do passado”.
“Precisamos de reinventar as nossas defesas contra novas ameaças, novos terrenos”, acrescentou Biden, explicitando que um desses terrenos é “o ciberespaço”.
O posicionamento dos Estados Unidos da América (EUA) também é uma das prioridades que Biden mais tem evidenciado e não ficou de fora do discurso de hoje.
“Neste momento há um vazio enorme. Temos de reconquistar a confiança de um mundo que começou a encontrar maneira de nos contornar ou de trabalhar sem nós”, explicitou.
A menos de um mês de ser investido como o 46.º Presidente dos EUA, Biden disse que, além do Pentágono e do Gabinete de Gestão e Orçamento, as restantes agências federais têm contribuído para uma transição suave entre administrações.
Em 18 de dezembro, o secretário da Defesa, Chris Miller, anunciou a suspensão unilateral das reuniões com a equipa de Biden até 01 de janeiro, uma decisão denunciada pelo democrata e apelidada de “resistência”.
A pouco mais de 24 dias da saída da Casa Branca, Donald Trump continua sem reconhecer a vitória de Biden nas presidenciais de 03 de novembro.
Agora isolado, Trump mantém a campanha de desinformação e de alegações que são falsas e cuja ausência de evidências foi comprovada de que houve uma congeminação democrata para viciar o resultado das eleições.
Contudo, depois de várias recontagens e investigações, não houve quaisquer provas de fraude eleitoral.
No início de dezembro, Trump substituiu a equipa do Conselho Comercial de Defesa do Pentágono, que tem caráter consultivo, para colocar aliados seus, informou na altura o órgão de comunicação social Politico.
Em 09 de dezembro, o Presidente cessante despediu o Secretário da Defesa Mark Esper, que no verão se opôs ao envio de militares para as ruas de várias cidades para suprimir a contestação popular desencadeada depois do homicídio do cidadão afro-americano George Floyd.
Chris Miller ocupou o cargo, entretanto.