O governo angolano lançou uma estratégia que visa proteger os pequenos agricultores dos grandes agricultores. Segundos fontes governamentais, a estratégia passa pelo redimensionamento do Grémio dos Comerciantes e Produtores de Milho do país, para a criação de uma bolsa de valores deste cereal em cada uma das provinciais.
O facto foi tornado público esta sexta-feira, pelo secretário do Presidente da República para o Sector Produtivo, Isaac dos Anjos, à margem da sessão ordinária da Unidade Técnica de Acompanhamento e Supervisão do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza na província do Huambo, da qual fez parte como convidado.
Disse que o redimensionamento surge da necessidade de dar-lhe uma perspectiva empresarial privada de apoio ao pequeno e médio agricultor, como acontecia na administração colonial portuguesa, porém reactivado pelo Governo angolano em 1992.
“Trata-se de um processo muito simples que poderá contar com os antigos funcionários do Grémio, que, por sua vez, terão a responsabilidade de pôr a funcionar os pólos provinciais, através da inventariação dos comerciantes de milho e dos produtores”, salientou Isaac dos Anjos.
O secretário do Presidente da República para o Sector Produtivo referiu que o processo inclui o auxílio no processo de comercialização, através da estocagem e da colocação no mercado.
Disse igualmenete que a fase posterior deverá estar relacionada com a participação do Grémio na atribuição do valor da mercadoria futura, para que o preço da comercialização dos grandes produtores seja o mesmo que dos pequenos camponeses.
“A ideia é fazer do Grémio o grande entregador da produção de milho dos pequenos produtores”, rematou.
Neste sentido, Isaac dos Anjos incentivou os jovens e outras sensibilidades, quer sejam agricultores, quer não, a prestarem outros trabalhos de complemento nessa instituição, tal como o de consultoria aos camponeses para a implementação de projectos modelos, visando a captação de investimentos no Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA).
No passado, a província do Huambo, então “Rainha do Milho de Angola”, abastecia este cereal para outras colónias portuguesas em África (Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe).
Localizada no Planalto Central de Angola, a província do Huambo possui uma população de dois milhões, 519 mil e 309 habitantes, distribuídos em 11 municípios, cuja maioria faz das potencialidades agro-pecuárias a principal fonte de rendimento.

