Sexta-feira, 13 de Dezembro, 2024

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Líderes africanos pedem na ONU apoio sustentado às operações de paz em África

Vários líderes africanos pediram hoje apoio financeiro sustentado às operações de paz lideradas pela União Africana (UA), proposta recebida com relutância pelos Estados Unidos, durante uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).

“Sublinhamos a necessidade de a ONU e a UA acelerarem as suas deliberações para assegurar que as operações de apoio à paz lideradas pela UA e autorizadas pelo Conselho de Segurança sejam financiadas através de contribuições sustentadas” dos membros da ONU, disse o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa.

“A União Africana está determinada a silenciar as armas no continente”, salientou o chefe de Estado, cujo país detém atualmente a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas e da União Africana.

A ser negociado desde 2018, o projeto de resolução entre as duas organizações, que abre condicionalmente o caminho ao financiamento pela ONU de operações de paz lideradas pela UA em África, permanece num impasse.

Hoje, “até 70% das operações de paz dizem respeito a países africanos que exigem uma coordenação adequada” entre a ONU e a UA, argumentou, por seu lado, o Presidente do Níger, Mahamadou Issoufou.

Por isso, sustentou, seria necessário “estabelecer um mecanismo para o financiamento sustentável das operações de manutenção da paz lideradas pela UA ou por organizações sub-regionais”.

Defendeu, nomeadamente, que a “UA e a ONU devem unir esforços para pôr em prática uma solução de financiamento sustentável para a força conjunta do G5 Sahel”.

Até agora, Washington, favorecendo a relação bilateral, recusou-se a permitir que o financiamento desta força antiterrorista fosse assumido pela ONU.

A expectativa é que a futura administração democrática de Joe Biden possa suavizar a abordagem norte-americana em relação ao Sahel, bem como desbloquear a negociação no Conselho de Segurança.

O Presidente tunisino, Kais Saied, apoiou os seus homólogos na África do Sul e no Níger, apelando também para “mais apoio financeiro e logístico para as operações de paz lideradas pela UA”.

Representando os Estados Unidos, o maior contribuinte financeiro para a ONU, o diplomata norte-americano Rodney Hunter não abordou durante o seu discurso a questão do financiamento de operações africanas.

Em vez disso, insistiu nas violações dos direitos humanos cometidas pelo pessoal militar que opera no continente.

“Estamos profundamente preocupados com as contínuas acusações contra as forças de manutenção da paz na República Centro-Africana. É essencial que a UA e a ONU criem mecanismos eficazes contra abusos e má conduta”, salientou.

Nesse sentido, instou “todos os países que contribuem com tropas e polícias a aplicarem rigorosamente as políticas de tolerância zero da ONU e da UA”.

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