Sexta-feira, 13 de Dezembro, 2024

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Diretor da OMS alerta que os pobres podem ser “pisoteados” na corrida pela vacina

O diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou nesta sexta-feira (4) que os pobres correm o risco de serem “pisoteados” na corrida dos países ricos por uma vacina contra a covid-19, e disse que ela deve ser um bem público.

Numa cúpula virtual da ONU sobre a pandemia do coronavírus, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que o mundo está a ver “a luz no fim do túnel” na crise da covid-19 que já dura quase um ano.

“Mas deixe-me ser claro. Simplesmente não podemos aceitar um mundo no qual os pobres e marginalizados sejam pisoteados pelos ricos e poderosos na corrida pelas vacinas”, ressaltou Tedros.

“Esta é uma crise global e as soluções devem ser compartilhadas equitativamente como bens públicos globais. Não como matérias-primas privadas que aumentam as desigualdades e se tornam mais um motivo pelo qual algumas pessoas são deixadas para trás”, acrescentou.

O diretor da OMS também alertou que o mundo tem muitos outros desafios. “Não existe vacina contra a pobreza, não existe vacina contra a fome. Não existe vacina contra a desigualdade. Não existe vacina contra as mudanças climáticas”, afirmou.

O Reino Unido se tornou a primeira nação ocidental a aprovar uma vacina contra a covid-19, e os Estados Unidos e outros países devem seguir em breve com campanhas massivas de vacinação.

A OMS criou a plataforma COVAX para garantir a distribuição equitativa da vacina em todo o mundo.

Os Estados Unidos resistem e não fazem parte dela. O presidente Donald Trump atacou Tedros e anunciou que o país deixará a OMS, embora o presidente eleito Joe Biden já tenha dito que não será o caso.

Tedros, um médico e diplomata etíope, elogiou os países por fornecerem vacinas, testes e tratamentos gratuitos para a doença, mas questionou o motivo de não haver esforços semelhantes com outras doenças já existentes, como câncer, tuberculose ou HIV/AIDS, ou para necessidades como cuidados maternos.

“A pandemia apenas ressaltou por que a cobertura universal de saúde é tão importante”, finalizou.

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