O Governo angolano quer alienar as empresas públicas de transporte marítimo Secil Marítima e Unicarga, inscritas no programa de privatizações (Propriv), no primeiro semestre do próximo ano, segundo um documento do Ministério dos Transportes.
A Secil Marítima, companhia de navegação de bandeira está atualmente a ser alvo de reorientação estratégica “e a ser apetrechada com os ativos necessários para que possa apoiar o país no processo de desenvolvimento da cabotagem ou no suporte aos processos de importação ao abrigo dos projetos do Estado”, adianta o documento, que assinala os 44 anos do Ministério dos Transportes (Mintrans) e aponta os objetivos para o setor no futuro próximo.
Em agosto, a empresa recebeu quatro catamarãs que estavam sob tutela do Instituto Marítimo e Portuário de Angola, ficando dotada de meios para exercer a atividade de transporte marítimo no domínio da cabotagem, deixando de realizar apenas a atividade de logística.
As quatro embarcações – “Luanda”, “Macôco”, “Cacuaco” e “Panguila” – vão operar na rota de Cabinda, devido à descontinuidade geográfica daquela província com o resto do território angolano, estando a ser construídos terminais de apoio ao transporte marítimo de passageiros, nos municípios de Cabinda e Soyo.
Em outubro, foi entregue à Secil Marítima o ‘ferry boat’ “Cabinda”, com capacidade para transportar 60 pessoas, oito contentores e 10 automóveis.
O objetivo do Governo passa pela privatização da empresa no primeiro semestre de 2021.
O mesmo deverá acontecer com a Unicargas, empresa de gestão portuária e transporte de carga, também contemplada no Propriv e que se encontra em fase de “avaliação de ativos para poder seguir um caminho de especialização sustentável”.
Segundo o Mintrans, a empresa “representa uma forte oportunidade de criação de uma entidade de âmbito nacional, com potencial para apoiar no suporte ao desenvolvimento das plataformas logísticas”.