A OMS promove nesta terça-feira (16) uma estratégia para eliminar o câncer do colo do útero, que consistirá em facilitar o acesso à vacina, a detecção de casos e tratamentos, o que salvaria cinco milhões de vidas até 2050.
“A eliminação de um câncer antes parecia um sonho impossível, mas agora temos ferramentas eficazes e de baixo custo, baseadas em dados conclusivos, que podem tornar esse sonho realidade”, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, em um comunicado.
O câncer do colo de útero é uma doença evitável e também pode ser curada se diagnosticada precocemente e tratada adequadamente.
Isso representa, no entanto, o quarto câncer mais frequente entre as mulheres no mundo.
A OMS alerta que, caso não sejam adotadas novas medidas, o número de doentes aumentará de 570.000 para 700.000 entre 2018 e 2030, e o número total de mortes passará de 311.000 para 400.000.
– “Passo adiante” –
“Podemos eliminar o câncer do colo do útero como problema de saúde pública se somarmos à força das ferramentas que temos uma determinação infalível para que seu uso se amplie a nível mundial”, defendeu o diretor da OMS.
Durante a assembleia anual da OMS, os 194 países membros da agência da ONU adotaram uma resolução na qual se comprometem a erradicar esse câncer.
“É um passo adiante”, disse a vice-diretora-geral da OMS, Dra. Princesa Nothemba Simelela, em entrevista coletiva.
“Pela primeira vez, o mundo concordou em eliminar o único câncer que podemos prevenir graças a uma vacina”, acrescentou.
“o enorme fardo da mortalidade devido ao câncer cervical se deve a décadas de negligência por parte da comunidade global de saúde”, acrescentou.
Até agora, os três tratamentos para prevenir ou curar – a vacina, sua detecção e tratamento – estão disponíveis para a maioria das mulheres nos países ricos.
Mas os habitantes do resto do mundo não têm a mesma sorte, principalmente pelo alto preço da vacina.
– “Podemos fazer história” –
A estratégia da OMS é que 90% das meninas sejam vacinadas aos 15 anos contra o papilomavírus humano, causador do câncer do colo de útero.
Também prevê que 70% das mulheres sejam beneficiadas com o diagnóstico entre os 35 e 45 anos, e que 90% das que tenham esse câncer recebam tratamento.
Se essas medidas forem aplicadas com sucesso antes de 2030, os novos casos da doença poderiam ser reduzidos em 40% e o número de mortes cairia em mais de 40%, o que equivaleria a salvar 5 milhões de vidas.
Graças a esse dispositivo, segundo a OMS, todos os países estariam em vias de eliminar esse câncer, embora a agência da ONU saiba que está a promover essa estratégia em meio à pandemia da covid-19, que pode dificultar a redução de mortes para esse câncer devido à interrupção da aplicação das vacinas.
“Podemos fazer história garantindo um futuro sem câncer de colo do útero”, disse Simelela.