Sábado, 28 de Junho, 2025

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Republicanos ‘envenenam’ democracia ao negar vitória de Biden, diz senador democrata

O principal senador democrata dos Estados Unidos advertiu nesta quinta-feira (12) seus colegas republicanos que eles estão a “envenenar” a democracia ao se recusarem reconhecer a vitória de Joe Biden sobre o presidente Donald Trump na eleição da semana passada.

“Acabamos de ter uma eleição presidencial acirrada e dividida”, disse o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer.

“Mas em vez de trabalhar para unir o país e combater nosso inimigo comum, a covid-19, os republicanos no Congresso estão espalhando teorias da conspiração, negando a realidade e envenenando a fonte de nossa democracia”, observou ele.

Cinco dias depois que todos os principais meios de comunicação americanos declararam Biden o vencedor com base nos resultados oficiais, Trump ainda não admite que perdeu, numa ruptura histórica com os costumes tradicionais da política americana.

Poucos republicanos parabenizaram publicamente Biden, que foi membro do Senado por décadas, aumentando assim o sentimento de polarização em Washington.

Mas vários legisladores republicanos, incluindo o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, apoiaram Trump, que promoveu uma enxurrada de ações judiciais iniciadas pelo partido para contestar a votação.

Schummer afirmou que os republicanos estão a fazer acusações de fraude sem evidências plausíveis de irregularidades substanciais.

“Os republicanos no Congresso estão a questionar deliberadamente nossas eleições por nenhuma outra razão além do medo de Donald Trump”, acrescentou o líder democrata no Senado numa entrevista coletiva no Capitólio.

De acordo com analistas, esta poderia ser uma estratégia para mobilizar a base política de Trump antes de duas eleições de segundo turno para as duas cadeiras do Senado que vão para o estado da Geórgia, que vão determinar qual partido controlará a Câmara Alta no futuro.

A presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, a principal democrata no Congresso, pediu aos republicanos que parem com seu “circo absurdo” e voltem sua atenção para o combate à pandemia e não para a vitória eleitoral de Biden.

“Agora que o povo se manifestou, Joe Biden venceu (e) Kamala Harris será a primeira mulher vice-presidente da América”, disse Pelosi.

– “Risco para a segurança nacional” –

A demora do atual governo para reconhecer a vitória de Biden representa “um grave risco para a segurança nacional”, alertaram mais de 150 ex-altos funcionários do governo americano, incluindo alguns que trabalharam com Trump, de acordo com carta publicada pelo jornal Politico.

Entre os signatários estão o republicano Chuck Hagel, ex-chefe do Pentágono, e Michael Hayden, ex-chefe da Agência de Segurança Nacional (NSA) e da CIA sob os governos de presidentes democratas e republicanos.

O grupo pediu à diretora de Administração de Serviços Gerais (GSA), Emily Murphy, que reconheça oficialmente Biden como presidente eleito.

Sem a aprovação da GSA, Biden não tem acesso ao fundo para a transição e a outros recursos, como os relatórios de inteligência do governo. Murphy, porém, ainda não cedeu.

“Atrasar ainda mais a capacidade da equipa Biden de acessar o relatório diário do presidente” sobre as ameaças aos Estados Unidos e ao mundo, entre outras informações, “compromete a continuidade e a prontidão de nossa liderança nacional, com consequências potencialmente imensas para nossa segurança nacional”, escreveu o grupo.

Biden admitiu na terça-feira que ainda não tem acesso a essas informações confidenciais. Isso “seria útil, mas não é necessário”, pois ainda não assumiu o cargo, acrescentou.

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